Inteligência Epistêmica

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Convivendo na MATRIX...

terça-feira, 28 de junho de 2011

Filocalia (vídeo: Relatos de um Peregrino Russo)

é um livro clássico da literatura católica ortodoxa, como uma coletânea de textos de autores diversos sobre a Oração do Coração. Filocalia significa "amor à beleza", essa beleza que se confunde com o bem. Em 1782 foi publicada em Veneza sob o nome de Filocalia uma grande compilação de autores espirituais gregos das mais variadas épocas. Com textos de mais de trinta autores, desde os Padres do Deserto até autores bizantinos do século XIV. O sucesso recente da Filocalia deve-se ao livro Relatos de um Peregrino Russo. Filocalia é, antes de tudo, o livro da Oração do Coração ou Oração de Jesus.


Santo Antão do Deserto e São Paulo de Tebas. Por Diego Velásquez (1638), atualmente no Museu do Prado.
Relatos de um Peregrino Russo é o título em português de um livro de autor russo anônimo do século XIX, que trata da narração da jornada do autor pelo país, enquanto descobrindo e praticando a Oração de Jesus devotamente, com ajuda de um rosário e estudando a Filocalia.

Os Padres do Deserto ou Pais do Deserto foram eremitas, ascetas, monges e freiras que viviam majoritariamente no deserto da Nítria (Scetes), no Egito a partir do século III d.C. O mais conhecido deles foi Santo Antão (ou Santo Antônio, o Grande), que mudou-se para o deserto em 270-271 e se tornou conhecido tanto como o pai quanto o fundador do monasticismo no deserto. Quando Antão morreu em 356, milhares de monges e freiras tinham sido atraídos para a vida no deserto seguindo o exemplo do grande santo. Seu biógrafo, o doutor da igreja Atanásio de Alexandria, escreveu que "o deserto tinha se tornado uma cidade".

Os Padres do Deserto tiveram uma enorme influência no desenvolvimento do cristianismo primitivo. As comunidades monásticas do deserto que cresceram destes encontros informais de monges eremitas se tornaram o modelo para o monasticismo cristão. A tradição monástica oriental, representada em Monte Atos, e ocidental, sob a Regra de São Bento, foram ambas fortemente influenciadas pelas tradições iniciadas no deserto. Todos renascimentos monásticos da idade média buscaram no deserto alguma inspiração e orientação. Muito da espiritualidade da cristianismo ortodoxo, incluindo o movimento hesicasta, tem as suas raízes nas práticas dos Padres do Deserto. Mesmo renascimentos religiosos mais modernos, como os evangélicos alemães, os pietistas da Pensilvânia e o renascimento metodista na Inglaterra foram vistos por estudiosos atuais como tendo sido em alguma medida influenciados pelos Padres do Deserto.

Paulo de Tebas é geralmente creditado como tendo sido o primeiro monge eremita a ir para o deserto, mas foi Santo Antão que efetivamente lançou o movimento que se tornaria os Padres do Deserto. Em algum momento por volta do ano de 270 d.C., Antônio ouviu um sermão de domingo afirmando que a perfeição poderia ser alcançada vendendo-se todas as posses, doando o resultado aos pobres e seguindo Cristo (tratando de Mateus 19:21, parte dos conselhos evangélicos). Ele aceitou a mensagem e tomou ainda o passo adicional de se mudar para o deserto para buscar a mais completa solidão.

Antão viveu num tempo de transição para o cristianismo - as perseguições de Diocleciano em 303 d.C. foram as últimas grandes perseguições formais aos cristãos no império romano. Apenas dez anos depois, ele foi legalizado no Egito pelo sucessor de Diocleciano, Constantino I. Aqueles que tinham partido para o deserto formavam uma sociedade cristã alternativa ao martírio, que era na época visto por muitos cristãos como a forma mais alta de sacríficio. Nesta mesma época, o monasticismo no deserto apareceu quase simultaneamente em diversas áreas, incluindo o Egito e a Síria. Com o passar do tempo, o modelo de Antão e outros eremitas atraiu muitos seguidores, que viviam sós no deserto ou em pequenos grupos. Eles escolheram a vida de extremo ascetismo, renunciando a todos os prazeres dos sentidos, ricas comidas, banhos, descanso e todos os demais confortos. Milhares se juntaram a eles no deserto, a maioria homens, mas também um punhado de mulheres. As pessoas começaram a ir para o deserto em busca de conselhos e recomendações dos primeiros Padres do Deserto. Quando Antão morreu, havia tantos homens e mulheres vivendo no deserto que ele foi descrito como uma "cidade" pelo biógrafo de Antão, Atanásio de Alexandria.
Três principais tipos de monasticismo se desenvolveram no Egito à volta dos Padres do Deserto. Um foi a vida austera do eremita, como praticado pelo próprio Antão e seus seguidores no Baixo Egito. Outro foi a vida cenobita, comunidades de monges e freiras no Alto Egito formadas por São Pacômio. O terceiro foi uma vida semi-eremita vista principalmente na Nítria e em Scetes, a oeste do Nilo, iniciada por Santo Amum. Estes últimos eram pequenos grupos (de dois a seis) de monges e freiras com um ancião em comum - os grupos separados se reuniam em aglomerações maiores para a celebração dos sábados e domingos. Este terceiro grupo monástico foi responsável pela maior parte dos ditados que foram compilados na obra "Ditados dos Pais do Deserto".

São Pacômio, fundador do cenobitismo.
As pequenas comunidades que formaram à volta dos Padres do Deserto foram o início domonasticismo cristão. Inicialmente, Antão e outros viveram como eremitas, formando ocasionalmente grupos de dois ou três. Pequenas comunidades informais começaram a se desenvolver até que o monge Pacômio, percebendo a necessidade de uma estrutura mais formal, estabeleceu um mosteiro com regras e uma organização. Seu regulamento incluía disciplina, obediência, trabalhos manuais, silêncio, jejuns e longos períodos de oração - alguns historiadores vêem nestas regras como tendo sido inspiradas nas experiências como soldado de Pacômio. O primeiro mosteiro totalmente organizado sob Pacômio incluía homens e mulheres vivendo em quartos separados, até três pessoas em cada. Eles se apoiavam tecendo e fazendo cestos, além de outras tarefas. Cada novo monge ou freira tinha um período probatório de três anos, que terminava com a aceitação completa no grupo. Todas as posses eram mantidas comunitariamente, as refeições eram feitas em conjunto, em silêncio. Duas vezes por semana jejuavam e se vestiam com roupas simples de camponeses, com um capuz. Diversas vezes por dia se reuniam para rezar e para as leituras, e se esperava que cada um dedicasse períodos de tempo sozinhos, em meditação sobre as escrituras. Havia também programas específicos para os que chegassem ao mosteiro sem saber ler. Pacômio também formalizou o estabelecimento de um abba (pai) ou amma (mãe), responsável pelo bem-estar espiritual dos seus monges e freiras, com a implicação de que os que se juntassem o mosteiro estariam também se juntando a uma nova família. Membros também formavam grupos menores, com diferentes tarefas comunitárias e com a responsabilidade de cuidar do bem-estar uns dos outros. Esta nova maneira de viver cresceu a ponto de haver dezenas de milhares de monges e freiras nestas comunidades organizadas nas décadas seguintes à morte de Pacômio. Um dos mais antigos peregrinos ao deserto foi doutor da igreja Basílio de Cesareia, que levou a "Regra de Pacômio" para a Igreja oriental. Basílio também expandiu a ideia de uma comunidade ao integrar os monges e freiras na comunidade mais ampla de cristãos, com os monges e freiras atuando sob a autoridade de um bispo e servindo os pobres e necessitados. Conforme mais e mais peregrinos visitavam os monges do deserto, a literatura que ali se originava começou a se espalhar. Versões latinas de histórias originais gregas e ditados dos Pais do Deserto, assim como as primeiras regras monásticas que saiam do deserto, guiaram o desenvolvimento monástico inicial do mundo bizantino e, eventualmente, no ocidente também. A Regra de São Bento foi fortemente influenciada pelos Padres do Deserto, com São Bento clamando seus monges a lerem as obras de João Cassiano sobre os Padres do Deserto. Os "Ditados dos Pais do Deserto" foram também amplamente lidos nos primeiros mosteiros beneditinos.

São Macário do Egito.
Muitos dos monges e freiras criaram uma reputação de santidade e sabedoria, com pequenas comunidades seguindo determinados anciãos santos e sábios, que era o seu "pai" espiritual (abba, ou abade). Os Padres do Deserto individuais eram majoritariamente conhecidos através dos "Ditados...", que incluam 1.202 ditados atribuídos a vinte e sete abbas e três ammas. O maior número de ditados foi atribuído ao Abba "Poemen", palavra grega para "pastor", o que sugere que foram coletados sob um nome genérico. Entre os mais notáveis Pais do Deserto com ditados no livro, além de Antão, temos Arsênio, o Grande, Macário do Egito, Moisés, o Ladrão e Sinclética de Alexandria. Outros notáveis Pais do Deserto incluem ainda o próprio São Pacômio e Shenouda, o Arquimandritae muitos indivíduos que passaram parte de suas vidas no deserto do Egípcio, como Atanásio de Alexandria, João Crisóstomo e João Cassiano, cuja obra sobre os Padres do Deserto mostrou ao mundo a sabedoria deles. O mandamento do amor era o guia primário da vida dos Padres do Deserto e formou a maior parte das histórias e relatos dos "Ditados...". As suas práticas incluíam não apenas o comando de amar a todos, mas também o de ser transformado pelo amor divino. Para os que viviam a vida comunitária monástica, isso era especialmente proeminente. Seus esforços para viver sob este mandamento não eram vistos como sendo fáceis - muitas das histórias daquele tempo recontam as suas batalhas internas para vencer as emoções negativas, como a raiva e o julgamento dos outros. Ajudar um irmão monge que estava doente ou em luta interna era visto como prioritário sobre quaisquer outras considerações. Eremitas frequentemente saíam de longos jejuns quando recebiam visitas, pois a hospitalidade e o carinho eram mais importantes do que manter as práticas ascetas que eram tão predominantes na vida dos Padres do Deserto.

Cristograma com a Oração de Jesus: Doamne Iisuse Hristoase, Fiul lui Dumnezeu, miluieste-ma pe mine pacatosul (romeno); Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tende piedade de mim, pecador (português).
Hesicasmo do grego para "quietude, silêncio, descanso, tanquilidade" é uma tradição mística e um movimento que se originou com os Padres do Deserto e era central às suas práticas de oração. Para eles era primordialmente a prática do "silêncio interior e da oração contínua". Ele não se tornaria um movimento formal com práticas específicas até pelo menos as práticas de oração meditativas bizantinas do século XIV, quando ele ficou muito próximo da Oração de Jesus ou "Oração do Coração". A origem desta oração também pode ser rastreada até os Padres do Deserto - a "oração de Jesus" foi encontrada inscrita nas ruínas de uma cela daquele período no deserto egípcio. A mais antiga evidência escrita à prática pode ser um texto da "Filocalia", por Abba Filimon, um Padre do Deserto. A oração "hesicasta" era tradicionalmente praticada em silêncio, com os olhos fechados - não como "uma forma de meditação discursiva sobre diferentes incidentes da vida de Jesus Cristo". As palavras "hesicasta" e "hesíquia" foram frequentemente usadas nas obras dos séculos IV e V dos Padres do Deserto, como Macário do Egito, Evágrio do Ponto e Gregório de Nissa. O título hesicasta foi utilizado nos primeiros anos como um sinônimo de "eremita", contrapondo os cenobitas, que viviam em comunidades.

Mosteiro de São Bishoi, em Wadi El Natrun.
As vidas dos Padres do Deserto eram preenchidas com a recitação das Escrituras - durante a semana, eles cantavam os salmos enquanto realizavam os trabalhos manuais e, durante os finais de semana, eles realizavam liturgias e serviços religiosos comunitários. A experiência dos monges na cela ocorria de várias maneiras, mas o papel da meditação sobre as Escrituras era central. Para eles, a meditação era a recitação oral das escrituras. As práticas em grupo eram particularmente proeminentes nas comunidades mais organizadas formadas por São Pacômio. O objetivo destas práticas foram explicados por João Cassiano, outro Padre do Deserto, que descreveu o objetivo da recitação e do ascetismo como sendo a ascensão para uma profunda oração e contemplação mística. A legalização do cristianismo pelo Império romano em 313 d.C. deu ainda mais força à resolução de Antão sobre ir para o deserto. Ele, que era um nostálgico pela tradição do martírio, via o isolamento e o ascetismo como uma alternativa. Quando membros da Igreja começaram a encontrar formas de trabalhar com o estado romano, os Padres do Deserto também viram nisso um comprometimento entre "as coisas de Deus e as coisas de César". As comunidades monásticas eram essencialmente uma sociedade cristã alternativa. Os eremitas duvidavam que religião e política poderiam algum dia produzir uma sociedade cristã verdadeira. Para eles, a única possível era espiritual e não mundana.
Obras essenciais
Os "Ditados dos Padres do Deserto" (Apophthegmata Patrum)
As "Vidas dos Padres do Deserto" (Historia Monachorum in Aegypte)
A "História Lausíaca", de Paládio da Galácia
"A vida de Santo Antônio, o Grande [Santo Antão]", por Atanásio de Alexandria.
A coleção de textos chamada de "Filocalia"
"As conferências" e "As Instituições", por João Cassiano

Cabala - Kabbalah (vídeo: entrevista Yehuda Berg )


"acolhimento", muitas vezes transliteração contemporânea com um 'K' distingue de outras, as tradições derivados fora do judaísmo é uma disciplina e uma escola de pensamento preocupada com a mística aspecto do judaísmo rabínico. Seu pleno teosófica sistema surgiu a partir do século 11 a 13 no sul da França e Espanha, sendo posteriormente reformulada no século 16 na Palestina otomana, apesar de incorporar mais cedo forma místicas judaica. Por sua vez, tornou-se o fundamento central da mística judaica posterior desenvolvimento. A Cabala é um conjunto de ensinamentos esotéricos para explicar a relação entre um eterno e misterioso Criador e o universo finito e mortal (sua criação). Embora seja muito usado por algumas denominações, não é uma denominação em si, é um conjunto de escrituras que existem fora do tradicional judaica Escrituras. Cabala procura definir a natureza do universo e do ser humano, a natureza e a finalidade da existência, e vários outros ontológica perguntas. Também apresenta métodos para auxiliar no entendimento desses conceitos e, assim, alcançar a realização espiritual. Kabbalah originalmente desenvolvido inteiramente dentro da esfera de pensamento judaico e constantemente utiliza fontes clássicas judaicas para explicar e demonstrar os seus ensinamentos esotéricos.

Estes ensinamentos são, assim, pelos cabalistas para definir o significado interno de ambas as Tanakh (Bíblia hebraica) e tradicional literatura rabínica, a sua ex-oculto transmitido dimensão, bem como para explicar o significado de judeu observâncias religiosas.

De acordo com o Zohar, um texto fundamental para o pensamento cabalístico, Torá estudo pode prosseguir ao longo de quatro níveis de interpretação (exegese). Esses quatro níveis são chamados de Pardes porque suas letras iniciais feitiço "PaRDeS"(Orchard):
Peshat (lit. "simples"): as interpretações direta de significado.
Remez (lit. "dica [s]"): os significados alegóricos (através da alusão).
Derash (de Hebreus:. Darash "saber" ou "procurar"): midrashic (rabínicos) significações, muitas vezes, com comparações imaginativa com palavras semelhantes ou versos.
Sod (lit. "segredo" ou "mistério"): a interna, esotérica (metafísica) significados, expressos em cabala.

A Cabala é considerada por seus seguidores, como uma parte necessária do estudo da Torá - o estudo da Torá (os "ensinamentos" de Deus, no Tanach e literatura rabínica sendo um direito inerente de observador judeus). A Kabbalah ensina doutrinas que são aceitos por alguns judeus, como o verdadeiro significado do judaísmo, enquanto outros judeus rejeitaram essas doutrinas como herético e antitéticas ao Judaísmo. Após a Kabbalah medieval e, especialmente após o desenvolvimento do século 16 e de síntese, a Cabala substituído "Hakira" (filosofia judaica) como na teologia judaica tradicional, tanto nos meios acadêmicos e na imaginação popular. Com a chegada da modernidade, através da influência de Haskalah, isso mudou entre os não-ortodoxos denominações judaicas, apesar de seu século 20 o estudo acadêmico e inter denominacional aplicações espirituais (especialmente através da Neo-Hasidism), despertou um público além da ortodoxia.

As origens do termo Cabala reais são desconhecidos e contestada, ou pertencem a judeus filósofo Solomon ibn Gabirol (1021-1058) ou então ao século 13 cabalista espanhol Bahya ben Asher. Enquanto os outros termos têm sido usados em muitos documentos religiosos do século 2 até os dias atuais, o termo "Cabala" se tornou o principal descritiva do conhecimento esotérico e práticas judaicas. A literatura cabalística, que serviu de base para o desenvolvimento do pensamento cabalista, desenvolvido através de uma tradição teológica desde a Antiguidade, como parte de uma ampla literatura rabínica. Seu desenvolvimento teórico pode ser caracterizado em escolas alternativas e etapas sucessivas. Estas incluem principalmente as obras iniciais do 1º e 2º séculos (como o Heichalot textos e os primeiros livros existentes no judeus esoterismo Sefer Yetzirah), o florescimento medieval do século 12 e 13 (dos quais o principal é o livro Zohar); e modernos desenvolvimentos iniciais, incluindo os revivals mística do século 16 Safed (especialmente de Isaac Luria), e do século 18 da Europa Oriental (novo Hasidic popularização da Cabala).

Segundo a tradição cabalística, o conhecimento era transmitido oralmente pelos patriarcas, profetas e sábios (Hakhamim em hebraico), que viria a ser "entrelaçados" em escritos religiosos judaicos e da cultura. Segundo essa tradição, a Cabala foi, em todo o século 10 aC, um conhecimento aberto praticado por mais de um milhão de pessoas no antigo Israel, conquistas dos negócios estrangeiros dirigiu a liderança espiritual judaica da época (o Sinédrio) para ocultar o conhecimento e torná-lo em segredo, temendo que isso poderia ser utilizada indevidamente se caísse em mãos erradas. Os líderes do Sinédrio também estavam preocupados que a prática de Cabala dos judeus deportados na conquista de outros países (da diáspora), supervisionado e não guiado pelos mestres, poderia levá-los em prática errada e as formas proibidas. Como resultado, a Cabala se tornou secreto, proibido e esotéricos para o judaísmo "Torat Ha'Sod" durante dois milênios e meio.

É difícil esclarecer com algum grau de certeza os conceitos exatos dentro da Cabala. Existem várias escolas de pensamento diferentes, com diferentes perspectivas muito, no entanto, todos são aceitas como corretas. Halakhic autoridades modernos têm tentado reduzir o âmbito e a diversidade dentro da Cabala, por restringir a pesquisa a alguns textos, nomeadamente Zohar e os ensinamentos de Isaac Luria como transmitida através de Chaim Vital.

No entanto, mesmo este título faz pouco para limitar o âmbito de compreensão e expressão, conforme consta essas obras são comentários sobre os escritos Abulafian, Sepher Yetzirah, escritos Albotonian e o Berit Menuhah, que é conhecido para os eleitos cabalístico e que, como descrito mais recentemente por Scholem, combinado com o misticismo extático teosófica. Portanto, é importante ter em mente quando as coisas a discutir como o Sephirot e suas interações que se está lidando com conceitos abstratos muito que na melhor das hipóteses só pode ser compreendida intuitivamente.


Livros sagrados (vídeo: Oprah - A Lei da atração)

são obras literárias presentes nas principais religiões cujos autores teriam recebido uma possível revelação divina. Na opinião dos adeptos das respectivas religiões, tais autores eram pessoas iluminadas, que podiam se comunicar com as divindades inspiradoras. São considerados profetas, muitas vezes.

São exemplos de livros sagrados (de acordo com a respectiva religião):
•Bramanismo: Mahabharata
•Cristianismo: Bíblia
•Hinduísmo: Rig-Veda
•Islamismo: Alcorão
•Judaísmo: Torá e Bíblia
•Kardecismo: livros de Allan Kardec
•Sikhismo: Guru Granth Sahib
•Zoroastrismo: Zend Avesta
•Fé Bahá'í: Kitáb-i-Aqdas
Tais livros são mais comuns nas religiões monoteístas.

Para os cristãos, os livros sagrados são os livros que foram aceitos no Cânon ou livros inspirados divinamente. São os livros bíblicos que os teólogos e estudiosos consideram que seus autores foram inspirados por Deus para escrevê-los, seja por uma revelação ou mesmo por fatos vivenciados, como os mencionados nos Atos dos Apóstolos ou nas cartas paulinas (cartas escritas pelo apóstolo Paulo por inspiração divina). Os livros chamados apócrifos seriam considerados não-inspirados por Deus ou escritos de acordo com a vontade de seus autores, por inspiração humana. Argumentam que, no livro de II Timóteo, capítulo 3, versículo 16, está escrito que toda escritura é divinamente inspirada é proveitosa para educar o homem na justiça e tornar o homem de Deus qualificado para toda boa obra. E o próprio prólogo de Eclesiástico, Macabeus, capítulo 2, versículo 29 e capítulo 15, versículos 38 e 39 dizem não pretenderem ser inspirados e nem mesmo terem certeza da fidelidade dos fatos narrados. Todos os livros sagrados, em parte - logicamente -, foram citados por Jesus em seus ensinamentos e há referências diretas a eles feitas pelos apóstolos. Em 15abr1546, o Concílio de Trento, decretou que 11 dos 16 livros então apócrifos são canônicos: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, os dois livros de Macabeus e acrescentou o Repouso de Ester ao livro canônico de mesmo nome e a História de Susana, a História dos três mancebos e a História de Bel e o Dragão ao livro de Daniel. E desde então, são considerados sagrados pela Igreja Católica e constam na Bíblia grega.

Livros sagrados por religião
Cristianismo: Bíblia / Velho Testamento / Novo Testamento
Confucionismo: Analectos de Confúcio
Hinduísmo:
•Mahabharata
•Bhagavad Gita
•Upanishad
•Shruti
•Vedas
•Rig Veda
•Sama Veda
•Yajur Veda
•Atharva Veda
•Yoga Sutras
•Kama Sutra
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons):
Bíblia / Velho Testamento / Novo Testamento + Livro de Mórmon / Doutrina e Convênios e Pérola de Grande Valor
Igreja de Satã: Bíblia Satânica
Islamismo: Alcorão (Corão) / Suna / Hadith
Judaísmo:
•Torá
•Tanakh
•Talmud
•Mitzvá
•Sefer Yetzirah
•Biblia
Taoísmo: Tao Te Ching
Zoroastrismo: Avesta
Fé Bahá'í
•Kitáb-i-Aqdas
•Kitáb-i-Íqán
•Palavras Ocultas
•Epístola ao Filho do Lobo
•Os Sete Vales
•Jóias dos Mistérios Divinos
•Epístolas de Bahá'u'lláh
•O Tabernáculo da Unidade
•O Chamado do Senhor das Hostes
•Palestras de 'Abdu'l-Bahá
•O Segredo da Civilização Divina
•Epístolas do Plano Divino
•A Última Vontade e Testamento

Divindade

O conceito de divindade assumiu, ao longo dos séculos, várias concepções, evoluindo desde as formas mais primitivas provenientes das tribos da antiguidade até as dogmáticas definições das religiões.

Divindade é um ser sobrenatural, usualmente com poderes significantes, cultuado, tido como santo, divino ou sagrado, e/ou respeitado por seres humanos. Normalmente as divindades são superiores aos seres humanos e à natureza. Divindades assumem uma variedade de formas, mas são freqüentemente antropomorfas ou zoomorfas. Uma divindade pode ser masculina, feminina, hermafrodita ou neutra, mas é usualmente imortal. Por vezes, as divindades são identificadas com elementos ou fenômenos da natureza, virtudes ou vícios humanos ou ainda atividades inerentes aos seres humanos. Assume-se que uma divindade tenha personalidade e consciência, intelecto, desejos e emoções, num sentido bastante humano desses termos. Além disso, é usual que uma determinada divindade presida sobre aspectos do cotidiano do homem, como o nascimento, a morte, o tempo, o destino etc. A algumas divindades é atribuída a função de dar à humanidade leis civis e morais, assim como serem os juízes do valor e comportamento humano. É também comum atribuir às divindades, ou a interações entre elas, a criação do universo e sua futura destruição.

Historicamente, não é possível definir qual foi a primeira tribo a manifestar uma idéia de divindade. As primeiras dessas concepções teriam surgido nos períodos Paleolítico e Neolítico, e teriam sido manifestadas pelo sentimento humano de um vínculo com a Terra e com a Natureza, os ciclos e a fertilidade. Contudo, os escritos mais antigos até hoje encontrados referem-se às concepções vindas das religiões suméria, védica e egípcia, as quais surgiram por volta de 3600 a.C.. No intuito de criar explicações para a existência dos elementos e dos seres da natureza, bem como para conhecer o sentido dos fenômenos naturais (a tempestade, o vento, o dia e a noite, as estações, etc.), os povos e tribos da antiguidade conceberam diversas divindades que, no mais das vezes, passaram a ter sentimentos e emoções idênticas às dos humanos. Daí derivaram os rituais, cerimônias e sacrifícios, que tinham como objetivo agradecer as benesses enviadas por essas divindades ou aplacar sua ira, que castigava a humanidade com alguma calamidade.
Cronologia
•300.000 – primeira (questionada) evidência de uma cerimônia de enterro de mortos. Num sítio arqueológico como o de Atapuerca na Espanha, formam encontrados ossos de 32 indivíduos no buraco de uma caverna.
•130.000 – Evidência de uma cerimônia de enterro. Neanderthals enterravam os mortos em sítios como os de Krapina na Croácia.
•100.000 – O mais antigo ritual de enterro de seres humanos modernos é considerado como originário de Qafzeh em Israel. Há duas cerimônias do que se supõe serem uma mãe e uma criança. Os ossos foram manchados com ocre vermelho.
•100.000 a 50.000 – Aumento do uso do ocre vermelho em vários sítios arqueológicos da Idade da Pedra. O ocre vermelho é considerado de grande importância nos rituais.
•70.000 – traços de culto a cobras descobertos em Ngamiland, região da Botswana.
•50.000 – Humanos evoluem em gestos associados com o comportamento do homem moderno. Muito desta evidência tem origem na Idade da Pedra Tardia em sítios africanos. Este comportamento denominado de moderno abrange habilidades com a língua, o pensamento abstrato, simbolismo e religião.
•42.000 – cerimônia de rituais de humanos no Lago Mungo (Austrália). O corpo aparece respingado por grande quantidade de ocre vermelho. Isso é considerado como uma evidência de que o povo australiano importou os rituais que eram praticados na África.
•40.000 – início do Paleolítico Superior na Europa. Há uma abundância de fósseis incluindo cerimônias elaboradas de enterro de mortos; registro arqueológicos das chamadas vênus paleolíticas e arte rupestre. As estatuetas de Vênus são consideradas deusas da fertilidade. As pinturas de caverna em Chauvet e Lascaux são consideradas representativas da manifestação de um pensamento religioso.
•30.000 – O mais recente registro da cerimônia de enterro de um shaman (pajé ou sacerdote).
•11.000 – início da Revolução Neolítica.

Atualmente, muitos intelectuais questionam e especulam sobre o próprio conceito de Divindade, como também diversas investigações históricas e arqueológicas tentam desvendar os acontecimentos e circunstâncias em que os homens primitivos criaram os primeiros conceitos religiosos.
No Oriente a partir dos séculos VII e VI aC., surgiram sistemas filosóficos (budismo, taoismo, confucionismo, que não veneram divindades, mas se baseiam em conceitos não-teísticos, os quais chegaram aos nossos dias, com centenas de milhões de adeptos espalhados por vários países dos mundo. No Extremo Oriente (China, Japão e Índia) foram desenvolvidos complexos conceitos filosóficos não-teísticos, os quais, ao longo do tempo, tem se mesclado com as tradições de primitivas religiões politeístas, que sempre ali existiram e que estavam profundamente enraizadas no espírito do povo.
Xintoísmo – É uma religião nativa do Japão. Envolve a adoração dos Kami, que representam deuses, ou os espíritos da natureza, ou ainda, simplesmente uma presença espiritual. O tema principal e mais importante na religião Xintoísta é um grande amor e reverência pela natureza. Assim, a Lua, uma Cachoeira ou uma Rocha podem ser observados como um Kami. Os Kamis não são divindades transcendentes, mas sim seres divinos que estão próximos a nós, que habitam o mesmo mundo que nós, cometem os mesmos erros que nós, e têm sentimentos e pensamentos semelhantes aos nossos. Uma pessoa que morre pode automaticamente ser transformado em Kami, não importando o tipo de vida que ela tenha levado. Os Kamis podem ser bons ou maus. O Xintoísmo é uma coleção de rituais e métodos que regulam as relações entre os seres humanos e as divindades (Kami). A vida após a morte não é uma preocupação primária para os xintoístas, pois uma ênfase maior é colocada em encontrar a felicidade na vida nesse mundo.
Taoísmo – É uma filosofia não-teística criada por Lao-Tsé, que expôs seus pensamentos no livro: Tao Te Ching. O conceito Deus, conforme é conhecido na tradição ocidental, não existe nesta filosofia. Tudo o que existe é o Tao, que significa “O Caminho”. Tao é um conceito que transcende as dimensões espaço-tempo e, portanto, não pode ser compreendido pela limitada mente humana. Constitue a essência do universo, a realidade última e indefinível, e é através do Tao – termo e meio eterno da evolução – que passam todas as coisas. Tudo é cíclico, pois Tao é a energia que flui através de toda a vida. De Tao deriva-se Yin e Yang – o número dois, que representa a natureza dual de todas as coisas (bom-ruim, vida-morte, dia-noite, claro-escuro, felicidade-tristeza, saúde-doença). De Yin e Yang nasce implicitamente o três (Céu, Terra e Humanidade) e, finalmente, por extensão, se produz a totalidade do mundo na forma como o vemos e conhecemos.
Budismo – Criado por Siddhartha Gautama, o Buda ou o Iluminado, é geralmente visto como uma religião não-teística, embora pregue a existência de deuses – os devas – que são criaturas que gozam de grande felicidade em seus mundos celestiais. Contudo, esses seres, não são eternos e estão sujeitos à morte e a eventuais renascimentos como seres inferiores, amarrados a um determinado aspecto da natureza, no qual terão que incondicionalmente trabalhar. A existência do homem é passageira e cíclica – o Samsara (conjunto dos ciclos de nascimento e morte). O homem somente estará livre desse “Ciclo de Renascimentos” quando eliminar definitivamente seu auto-apreço atingindo a libertação ou Nirvana. Para os budistas somente os seres-humanos podem atingir o nirvana ou a iluminação, os deuses por desconhecerem o sofrimento são incapazes de gerar renúncia ou compaixão. O ser Iluminado confunde-se então com a Mente Universal. Diversos Tantras budistas declaram sobre esse Ser Iluminado: “Eu sou o Núcleo de todas as coisas que existe. Eu sou a Semente de todas as coisas que existe. Eu sou a Causa de todas as coisas que existe. Eu sou a Raiz da Existência”.
Confucionismo - Sistema filosófico, religioso e ético desenvolvido a partir dos ensinamentos de Confúcio. O objetivo principal dessa filosofia consiste - não em subjugar as pessoas a um Ser Superior (Deus) - mas sim, através de Ritos, trabalhar no interior delas, a fim de moldar seu comportamento e dar auto-controle sobre seus desejos. Nesse sentido, todos reconhecerão sua posição relativa diante de seus semelhantes, identificando a cada instante quem é o mais jovem e quem é o mais sábio, quem é o visitante e quem é o dono da casa, e assim por diante; e atingirão o conhecimento sobre sua obrigação entre os outros e sobre o que esperar deles. Há obrigações específicas prescritas para todos os participantes em todas as ramificações do relacionamento humano. "Não faça aos outros, aquilo que voce não quer que eles façam a você", é a máxima chinesa conhecida como Regra de Ouro do Confucionismo. A solidariedade e a educação são os grandes ideais buscados por essa filosofia, e em Confúcio está o maior exemplo dessas virtudes.
Deusa Mãe - Precedido por cerimônias de cultos aos mortos (300 mil a.C.), data de 30 mil anos a.C. o primeiro registro humano de um sentimento de culto e de religião a uma divindade feminina; segundo alguns autores, o vínculo com a Terra, a Natureza, a fertilidade e os ciclos teria formado o primeiro sentimento humano de divindade e o mito do útero de uma Deusa mãe ou Mãe Cósmica. Inicialmente cultuada na Índia, como Kali, a Mãe Informe, recebeu depois o nome de Tiamat (Babilônia), Temut (Egito), Nu Kua (China), Têmis (Grécia pré-helênica) e Tehom (Síria e Canaã) ou Abismo (Bíblia). Esta concepção teve origem na experiência do nascimento humano, que consistia na única origem possível das coisas: a visão de um útero cheio de sangue era capaz de criar magicamente a prole. A partir do sangue divino do útero e através de um movimento, dança ou ritmo cardíaco, que agitava este sangue, surgia os "frutos", a própria maternidade. Muitas tradições referiram o princípio do coração materno que detém todo o poder da criação. Este coração materno, "uma energia capaz de coagular o caos espumoso" organizou, separou e definou os elementos que compõem e produzem o cosmos; a esta energia organizadora os gregos deram o nome de Diakosmos, a Determinação da Deusa. Os egípcios, nos hieróglifos, chamaram este coração de ab e os hebreus foram os primeiros a chamar de pai. O coração e o sangue definiriam um elo imanente a todos os seres que dele nasciam e a idéia de coração oculto do universo que pulsa e mantém o ritmo de ciclos das estações, dos nascimentos, mortes, destinos. Este é o significado que está no Livro dos Mortos ou das mutações. No mesmo sentido o livro chinês I Ching é denominado Livro das Mutações.

Além da visão teística (politeísmo ou monoteísmo), a divindade pode ainda ser visualizada sob a ótica dos seguintes conceitos filosófico-religiosos:
Ateísmo – Contrapondo-se à visão do teísmo, o ateísmo afirma a existência somente deste mundo não existindo outros deuses a não ser o proprio homem. Para alguns ateus, o conceito Deus deixou como sequela para a humanidade uma inumerável quantidade de tradições e costumes, mantidas em seu nome, que conduziram o ser humano a um segundo plano, fato este que fez girar a roda da história contra ele mesmo, subjugando-o à vontade deste conceito intangível, e limitando sua vida e sua criatividade por gerações e gerações.
Agnosticismo – Dentro da visão agnóstica, não é possível provar racionalmente a existência de Deus, como também é igualmente impossível provar a sua inexistência. O politeísmo e o monoteísmo enquadram-se dentro de uma visão gnóstica de deus, isto é, Deus ou os deuses são seres cujos atributos estão perfeitamente definidos ou revelados em seus livros sagrados. Para um agnóstico, no entanto, Deus pode até existir, porém suas características são incompreensíveis para a razão humana.
Panteísmo – A visão panteísta sustenta que o Universo inteiro é o próprio Deus. Assim: "Deus é o Universo, e o Universo é Deus". No panteísmo dá-se ênfase às divindades imanentes, enquanto que no Panenteísmo (visão em que o Universo está inteiramente contido em Deus, porém Este é alguma coisa maior que o Universo) dá-se ênfase às características transcendentais de Deus.
Animismo – Crença na qual se atribui a todos os elementos do cosmos (Sol, Lua, estrelas), a todos os elementos da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), a todos os seres vivos (animais, árvores, plantas) e a todos os fenômenos naturais (chuva, vento, dia, noite) um princípio vital e pessoal, isto é, uma Alma. Consequentemente, todos esses elementos são passíveis de possuirem: sentimentos, emoções, vontades ou desejos, e até mesmo inteligência. Resumidamente, os cultos animistas alegam que: "Todas as coisas são Vivas", "Todas as coisas são Conscientes", ou "Todas as coisas têm uma Alma". Atualmente, discute-se quais foram historicamente os primeiros cultos que deram origem a todas as religiões e a todos os deuses. Alguns historiadores e cientistas defendem a tese de que foram os mitos politeístas, enquanto outros afirmam que foram os cultos animistas.

Sofistas os ilusionistas do saber

Estes usam o "argumento sofístico ou sofisma" que se trata de um falso argumento ou argumento intencionalmente falacioso; de sofista deriva "sofisticado", no sentido depreciativo de algo muito elaborado ou excessivamente ornado, embora vazio de conteúdo...

“Sofisma é a ‘Arte’ da controvérsia, da retórica intelectualmente desonesta e intencionalmente mentirosa”. - “Na ‘Arte’ sofistica, não se dá atenção a verdade, ou a justiça, mas apenas na vitória do debate contra o outro” [Bruno G. Moraes]
“Para a mentira ser convincente é preciso que ela seja misturada com qualquer coisa de verdade” [Filosofo Sofista desconhecido, sobre a arte da retórica e da controvérsia]

A retórica era a arte de persuadir, independentemente das razões adotadas. Levado até ao exagero, este tipo de técnica argumentativa, desacreditou os sofistas na Antiguidade Clássica.
Uma das mais famosas doutrinas sofistas é a teoria do contra-argumento. Eles ensinavam que todo e qualquer argumento poderia ser contraposto por outro argumento, e que a efetividade, de um dado argumento residiria na verossimilhança (aparência de verdadeiro, mas não necessariamente verdadeiro) perante uma platéia, um compromisso por tanto com a vitória em embates argumentativos, e não com a verdade. A sofística sustenta o relativismo prático, destruidor da moral. É verdadeiro apenas aquilo que cada um pensa, isto é, a tão famosa, “Minha Verdade”, dos movimentos New Age. Assim é bom o que satisfaz ao sentimento, ao impulso, à paixão de cada um em cada momento, seguir essa linha de pensamento é arruinar completamente a organização social, é cair na anarquia total e sem limites. O único bem é o prazer (segundo os sofistas clássicos), a única regra de conduta é o interesse particular.

Górgias (filosofo sofista) declara plena indiferença para com todo moralismo: ensina ele a seus discípulos unicamente a arte de vencer os adversários; que a causa seja justa ou não, não lhe interessa. A moral, portanto, - como norma universal de conduta - é concebida pelos sofistas não como lei racional do agir humano, (isto é, como a lei que potencia profundamente a natureza humana), mas como um empecilho que incomoda o homem. Desta maneira, os sofistas estabelecem uma oposição especial entre natureza e lei, quer política, quer moral, considerando a lei como fruto arbitrário, interessado, mortificador, uma pura convenção, e entendendo por natureza, (não a natureza humana racional), mas a natureza humana sensível, animal, instintiva. E tentam criticar a vaidade desta lei, na verdade tão mutável conforme os tempos e os lugares, bem como a sua utilidade comumente celebrada: Não é verdade - dizem - que a submissão à lei torne os homens felizes, pois grandes malvados, mediante graves crimes, têm freqüentemente conseguido grande êxito no mundo e, aliás, a experiência ensina que para triunfar no mundo, não é mister justiça e retidão, mas prudência e habilidade (o que é uma verdade não conveniente).

Então a realização da humanidade perfeita, segundo o ideal dos sofistas, não está na ação ética e ascética, no domínio de si mesmo, na justiça para com os outros, mas no engrandecimento ilimitado da própria personalidade, no prazer e no domínio violento dos homens, pregam por tanto o Materialismo puro e crasso, não se acredita em “forças superiores”, nem em almas, ou deuses, são Ateus então os sofistas. Esse domínio violento é necessário para possuir e gozar os bens terrenos, visto estes bens serem limitados e ambicionados por outros homens. É esta, aliás, a única forma de vida social possível num mundo em que estão em jogo unicamente forças brutas, materiais, assassinatos, estupros, roubos, conspirações, etc... tudo é valido, segundo os sofistas. Seria, portanto, um prejuízo a igualdade moral entre os fortes e os fracos, pois a verdadeira justiça conforme a natureza material exige é que o forte, o poderoso, oprima o fraco em seu proveito, é a lei da selva aplicada a sociedade humana, já que na natureza (vida dos animais) a anarquia é completa e total.

Quanto ao direito e à religião, a posição dos sofistas é extremista também, naturalmente, como na gnosiologia e na moral. A sofística move uma justa crítica, contra o direito positivo, muitas vezes arbitrário, contingente, tirânico, em nome do direito natural. Mas este direito natural - bem como a moral natural - segundo os sofistas, não é o direito fundado sobre a natureza racional do homem, e sim sobre a sua natureza animal, instintiva, passional. Então, o direito natural é o direito do mais poderoso, pois em uma sociedade em que estão em jogo apenas forças brutas, a força e a violência podem ser o único elemento organizador, o único sistema jurídico admissível, materialismo é isso, é a lei do mundo dos seres irracionais aplicada a vida humana também.

Atacados por Platão e Aristóteles, a tradição passou a considerá-los falsos sábios, ilusionistas do saber, mercenários e interesseiros. A palavra sofista deriva do grego sophistés, com o sentido original de habilidade específica em algum setor, ou homem que detém um determinado saber (do grego sóphos, “saber, sabedoria”).

De início, vários profissionais eram “sofistas”: carpinteiros, charreteiros, oleiros e poetas. Quando o domínio de uma técnica era reconhecido por todos, o profissional era dito “sofista”, desde as atividades artesanais aos trabalhos de criação artística. O termo era, portanto, um elogio. A partir do século V a.C. surgiram os professores itinerantes de gramática, eloqüência e retórica, que ofereciam seus conhecimentos para educar os jovens na prática do debate público.

A educação tradicional era insuficiente para preparar o cidadão para a discussão política. Era preciso o domínio da linguagem e de flexibilidade e agudeza dialética para derrotar os adversários. O êxito desses tutores foi extraordinário. Passaram a ser então designados de sofistas, sábios capazes de elaborar discursos fascinantes, com intenso poder de persuasão.

Esmaguem os fanáticos e os patifes, suas insípidas declarações, as miseráveis sofismas, a história mentirosa o amontoado de absurdos!(Voltaire, iluminista francês escritor e filósofo, inflamando as massas contra os sofistas defensores dos regimes totalitários no fim da idade média)

Grécia no tempo dos Sofistas, a sociedade grega foi levada a decadência graças as idéias dos falsos sábios
Por outro lado, foram recebidos com hostilidade e desconfiança pelos partidários do antigo regime aristocrático e conservador. Quando Atenas se envolveu na guerra do Peloponeso, os sofistas foram responsabilizados pela decadência moral e política da cidade. O julgamento de Sócrates ocorreu neste clima de acusação e ressentimento. Nos séculos IV e III a.C., pensadores como Platão, Xenofonte e Aristóteles, dramaturgos como Aristófanes em sua comédia As Nuvens, todos passaram a atacar sistematicamente os sofistas. O termo adquire um sentido pejorativo e desfavorável, marcando para sempre o vocabulário filosófico

Características gerais dos sofistas

A primeira dificuldade em se falar dos sofistas em geral decorre do fato de não constituírem uma escola filosófica como os pitagóricos e os platônicos. Como veremos adiante, os sofistas seguem direções variadas e até mesmo opostas. Agrupá-los pelo que têm em comum, serve apenas para diferenciá-los dos filósofos anteriores, notadamente os pré-socráticos e suas preocupações com o mundo físico.Os sofistas marcam a passagem do período cosmotológico para o período antropológico, centrado em questões lingüísticas, gramaticais, epistemológicas e jurídicas.

Platão e Aristóteles combateram os sofistas
De acordo com Guillermo Fraile [História de la Filosofia, Volume I, páginas 226/227], as características gerais dos sofistas são as seguintes:
a) Relativismo – Tudo que existe é impermanente, mutável e plural. Tudo muda, as essências das coisas são variáveis e contingentes.
b) Subjetivismo – Não existe verdade objetiva. As coisas são como aparecem a cada um. “O homem é a medida de todas as coisas” (Protágoras)
c) Ceticismo – Não podemos conhecer coisa alguma com certeza absoluta. O conhecimento humano é limitado às aparências.
d) Indiferentismo moral e religioso – Se as coisas são como parecem a cada um, não há nada que seja bom ou mau em si mesmo, pois não existe uma norma transcendente de conduta. Em matéria de crença religiosa, devemos ser indiferentes, isto é, tanto faz acatar estes ou aqueles deuses. Alguns sofistas foram acusados, em conseqüência desta postura, de ateísmo.
e) Convencionalismo jurídico – Acentuam a contraposição entre lei e natureza (nómos –phýsis). Não existem leis imutáveis, já que não possuem qualquer fundamento na natureza e nem foram estabelecida pelos deuses, mas são simples convenções dos homens para poderem viver em sociedade.

Sociedade Grega caiu em decadência por causa dos sofistas e suas retóricas enganosas
f) Oportunismo político – Se não há nada justo e injusto em si mesmo, todos os meios são bons para se atingir os fins que cada um se propõe. O bom resultado justifica os meios empregados para conseguí-lo (os fins justificam os meios) A eloqüência é a arte da persuasão e pode ser empregada indistintamente para o bem e para o mal.
g) Utilitarismo – Mais do que servir ao Estado, os sofistas ensinavam a empregar as habilidades retóricas a serviço dos interesses particulares, manipulando, se necessário, os sentimentos e as paixões (enganar para conseguir o que quiser, sem se preocupar com ética ou moralismos).
h) Frivolidade intelectual – Mais do que autênticos filósofos, os sofistas eram prestidigitadores intelectuais que encobriam o vazio do seu pensamento com uma “pirotecnia verbal” fascinante. Tinham uma confiança ilimitada no poder da palavra, na capacidade do discurso (muito parecido ao que vemos nas igrejas evangélicas com relação aos seus pastores e também nos políticos, advogados e pseudocientistas como Richard Dawkins.

A Grécia nunca mais foi a mesma depois da disseminação dessas pragas(os sofistas)
i) Venalidade – Ao cobrarem por suas lições, os sofistas sofreram a crítica mais severa por parte dos atenienses, que não aceitavam fazer da atividade intelectual uma forma de negócio. Platão qualificava os sofistas de “mercadores ambulantes de guloseimas da alma”. (Protágoras, 313c)
j) Humanismo – Ao centrar seus interesses nos problemas humanos, os sofistas podem ser comparados aos humanistas da renascença (século XV), preocupados com os problemas práticos do homem político, da natureza humana inserida na pólis e na vida do Estado.

O que se percebe nesta caracterização? Apenas o último item é positivo, enquanto todo o restante é condenável. Condenação e reabilitação dos sofistas:

No diálogo Sofista, Platão mostra Sócrates a debater diversas definições para os sofistas:
•Caçador interesseiro de jovens ricos (223b);
•Comerciante do ensino e das virtudes (224d);
•Pequeno comerciante de mercadorias de primeira ou de segunda-mão (224e);
•Mercenário da arte da erística, da contradição, do combate (226a);
•Arte do simulacro, da ilusão (236c).
A erística é a arte de batalhar com palavras (logomaquia, para os gregos), ou seja, a arte de vencer nas discussões. Como se vê, Platão reduz o sofista á condição de comerciante do saber, mercenário do espírito, mero ilusionista sem conteúdo.

Na peça As Nuvens, Aristófanes diz que o sofista possui a habilidade de pronunciar um discurso justo e um discurso injusto sobre o mesmo tema.

Apesar de todo o mal que causaram (e continuam causando hoje em dia), existe alguns pontos a se considerar no discurso sofismático

No caso de um homicídio, por exemplo, o sofista poderia argumentar com igual brilhantismo como advogado de defesa e como promotor de acusação. Outro discípulo de Sócrates e contemporâneo de Platão, Xenofonte escreve nos Ditos e Feitos Memoráveis de Sócrates, que os sofistas eram comerciantes da sabedoria, e como tais comparáveis à venalidade da prostituição.

E Aristóteles, na obra Argumentos Sofísticos, acusa os sofistas de “traficantes de uma sabedoria aparente, não real”. (Arg. Sof., I, 165a). Como se não bastasse, ainda o mesmo Platão em diálogos como Ménon e Crátilo, dirige aos sofistas as mesmas denúncias de vendedores caros de uma ciência não real, mas aparente. Não se pode esquecer a origem aristocrática de Platão a Aristóteles. Este último era filho de um médico da corte de Felipe da Macedônia, tendo sob seu encargo a educação do filho do rei, o jovem Alexandre, posteriormente Alexandre Magno (O Grande). Acostumados a freqüentar palácios e imersos numa cultura que despreza o trabalho manual, enxergaram apenas os aspectos venais e as habilidades verbais dos sofistas, como se fossem a ameaça contra o verdadeiro saber.

Existe alguns pontos positivos com relação aos sofistas
Podemos reconhecer aos sofistas gregos os seguintes méritos:
a.Iniciaram uma reflexão sistemática sobre os problemas humanos, ao invés das questões naturais e cosmológicas dos filósofos pré-socráticos;
b.Aperfeiçoaram a dialética e a discussão crítica sobre as limitações e o valor do conhecimento;
c.Destacaram o caráter diverso e relativo das leis, próprias de cada cidade, enfatizando a contraposição entre natureza (phýsis), lei (nómos) e pacto (thésis), em que se baseiam o direito natural e o direito positivo. Ver a respeito o fragmento “A Verdade” de Antifonte;
d.Defenderam o conceito de natureza comum a todos os homens, o que serviu para fundamentar a lei de modo mais igualitário e universalista;
e.Desenvolveram princípios educativos para o ensino de gramática e retórica; Protágoras considerava-se um mestre da sabedoria e da virtude política (politiké areté), formando os jovens para o debate público e o governo do Estado. O ideal sofístico de uma natureza humana que pode ser educada e constantemente aperfeiçoada deu início à ciência pedagógica e à formação humanista na antiguidade. Não é pouca coisa, mas não se iguala, sem dúvida alguma, às contribuições de Sócrates, Platão e Aristóteles.

Aristóteles fez mais pela grécia e o mundo ocidental do que os Sofistas, que mais atrapalharam que ajudaram Ao menos seja reconhecida a influência positiva dos sofistas no debate jusfilosófico: a defesa do naturalismo permite assentar o direito numa perspectiva mais cosmopolita e equânime.

Protágoras (490-420a.C.) e Górgias (485-380a.C.)

O mais eminente dos sofistas foi Protágoras, tratado com respeito por Platão no diálogo que leva seu nome. Atribui-se o primeiro estudo sistemático de gramática, distinguindo os gêneros masculino, feminino e neutro e as partes da oração em substantivo, adjetivo e verbo. Em retórica distinguiu as partes componentes do discurso: preâmbulo, disposição, exposição, discussão, refutação e conclusão. Ensinou durante quarenta anos e tornou-se muito rico, pois cobrava caro por suas lições. Protágoras defendia o relativismo do conhecimento, através do famoso dito “O homem é a medida de todas as coisas”. Se não há uma razão ou um bem imutável, se todas as percepções são subjetivas, a habilidade retórica deve prevalecer para que meu argumento seja vencedor. A posição relativista conduz ao dilema da verdade e do discurso verdadeiro: vence a discussão quem tem razão ou tem razão quem vence a discussão?

Assembléias gregas, lugar de debate e entendimento entre os sábios
Górgias é famoso por seu niilismo exacerbado. Levando as teses relativistas ao extremo, nega a possibilidade de qualquer conhecimento, seja do espaço e do tempo, das coisas particulares ou mesmo do ser em geral. Conserva-se de Górgias os três princípios: a) Nada existe (o ser e o não-ser não existem); b) Se algo existisse, não poderia ser conhecido, ou seja, seria incompreensível para nós; c) Se algo existe e pode ser conhecido, não pode o conhecimento ser comunicado a alguém (este conhecimento seria totalmente subjetivo). É possível que as teses de Górgias fossem um exercício de retórica, para provocar os oponentes ou exercitar os alunos. Um jogo dialético para questionar as afirmações dogmáticas ou pretensamente absolutas de muitos filósofos. O fato é que ambos, Protágoras e Górgias, compartilham das mesmas teses céticas e reduzem o conhecimento ao jogo das aparências. Outros sofistas de destaque foram: Hípias, Pródicos, Cálicles, Crítias e Antifonte. Chegaram até nós alguns fragmentos de suas obras e referências às suas façanhas de oratória. No que interessa à filosofia do direito, a contribuição dos sofistas foi questionar os valores éticos e jurídicos da pólis ateniense, pondo em causa a forma de governo, combatendo a injustiça da economia escravista, embasando o direito natural a partir da ordem humana e não divina.

Grécia vista do espaço, pais europeu sofreu com o aparecimento dos sofistas, os falsos sábios, os mestres da retórica enganosa e ardil

Os sofistas forneceram os argumentos contra as distorções do direito positivo vigente nas diversas pólis gregas. O indivíduo é o criador da cidade e vale sempre mais que a coisa criada: sua consciência, sua lei interior é mais valiosa que o decreto do democrata Péricles ou do tirano de Tebas. A crítica dos sofistas trouxe problemas. Com relação à escravidão, diziam: “os deuses nos fizeram livres e a ninguém fez escravo.” Ironizavam, na prática, a justiça da cidade, ensinando a quem quisesse pagar como vencer uma causa, independentemente da tese a ser defendida. Às leis decretadas pelo poder governante (nómos), opunham o conceito de uma natureza ou princípio natural (phýsis) presente no cosmo e no homem, assinalando, desse modo, a diferença entre as normas jurídicas convencionais e que quase sempre se identificam com os interesses do grupo mais forte. Para ilustrar o tema, um texto de Antifonte, “O Sofista”.

Nas praças publicas, os sofistas ofereciam seus serviços educacionais

Antifonte de Atenas (480-411 a.C.) é uma figura controversa. Menciona-se na antiguidade um Antifonte famoso pela oratória e que teria sido o primeiro logógrafo, ou seja, o primeiro a escrever discursos sob encomenda. Do orador restam discursos importantes. Não se tem certeza se o orador e o sofista são os mesmos. Dúvidas históricas à parte, Antifonte, o “Sofista”, representa melhor que todos a contraposição entre a natureza (phýsis), na qual se baseia o direito natural, considerado inato e absoluto, e as leis da cidade (nómos), nas quais se apóia o direito positivo, puramente convencional e imposto pela força ou pela necessidade. A verdadeira justiça baseia-se na lei natural, que corresponde à verdade. As leis civis não passam de opinião. A separação em classes sociais é convenção social. Fomos todos feitos pela natureza do mesmo modo. Se a lei é apenas uma convenção, podemos transgredi-la, desde que ninguém o saiba.

Grécia não resistiu ao "fenômeno" sofistico, caiu em decadência e se enfraqueceu

Mas não podemos transgredir de maneira alguma uma lei natural. Muitas leis e costumes não escritos são contrários à natureza, diz Antifonte, como honrar aos nascidos de berço nobre e desprezar os comuns. Todos os homens são iguais por natureza, sejam gregos ou bárbaros (não gregos). Leia-se a seguir trechos selecionados de A Verdade, de Antifonte: Justiça é não transgredir as leis (nómos) da cidade, em que alguém é cidadão. Desse modo, um homem poderá melhor conduzir-se em harmonia com a justiça se na presença de testemunhas respeita as leis e, quando está só, sem testemunhas, respeita os decretos da natureza (phýsis). O que pertence às leis é imposto artificialmente, enquanto o que pertence à natureza é compulsório. Aquilo que se conforma às leis, se permanece oculto aos que estão de acordo com elas, escapa da vergonha e da punição; se não permanece oculto, não escapa; em contrapartida, se algo conatural à natureza (phýsis) é forçado, ultrapassando o que é possível, ainda que permaneça oculto a todos os homens, o mal não é menor, nem muito maior se todos o vêm, pois nesse caso não há transgressão segundo a aparência (doxa), mas segundo a verdade (alétheia).

Grécia literalmente pegou fogo por causa dos Sofistas!
A maior parte do justo segundo a lei é contrário à natureza. Com efeito, está legislado – estabelecido por nómos – para os olhos o que devem e não devem ver; para os ouvidos, o que devem ou não devem ouvir; para a língua, o que devem ou não devem dizer; para os pés, onde devem ou não devem caminhar; para o ânimo, o que deve ou não deve desejar. As proibições da lei não estão em acordo com a natureza. (...) A vida pertence à natureza, assim como a morte; a vida deriva do que é proveitoso, a morte que é nocivo. Respeitamos e veneramos os nascidos de pais nobres, mas não respeitamos nem veneramos os que não se originam de casa nobres. (...) Tratamo-nos uns aos outros como bárbaros, embora todos por natureza tenhamos nascidos iguais, bárbaros e gregos.
E é permitido a todos os homens observar as leis da natureza, que são obrigatórias. (...) Todos nós respiramos pela boca e pelo nariz, e comemos com as mãos...

Fontes:
http://portal.filosofia.pro.br
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
http://www.brasilescola.com/filosofia
http://www.filosofia.com.br
http://www.sobresites.com/filosofia
http://www.mundodosfilosofos.com.br

O TRABALHO UNIVERSITÁRIO - Nesse ofício era possível gozar com a famosa criatividade e sua filha liberdade. Foi nessa orgia incestuosa que gregos fecundaram a filosofia, a matemática, a pedagogia e geografia!

No ápice do período pré-universitário grego os professores daquela época decidiram acabar com a alegria do povo para legitimar a imaterialidade dos discursos que absorveram nos seus passados inautênticos. Dessa forma coagiram os estudantes para que esses os servissem intelectualmente na elaboração de textos com citações dos próprios autores trabalhados em cela. Mas os professores não fizeram isso de graça, eles davam suco de manga com leite, quer dizer, eles davam notas, e que depois de 4 ou 5 anos esses estudantes poderiam mostrar um comprovante de desempenho acadêmico para mercado de trabalho e assim trocar mais coisas por outras coisas progressivamente e incansavelmente. Há quem entregasse os trabalhos com impecabilidade com o objetivo de tornar-se igualmente um professor universitário. Os alunos sem mais ter domínio do processo de transformação de matéria prima em produto final não sabiam mais de onde vinha o conhecimento, para onde ia. Muitos estudantes perdidos, viram-se na necessidade de criar um mito. Fizeram então um acordo com o diabo, quer dizer, com os professores, instituindo o culto ao Deus Karl para proteção do Demônio Posmos Derno. É a partir daí é que o nome de artesanato intelectual virou trabalho universitário. Fulana, você já fez o trabalho da professora tal? Quando você tirou no trabalho da professora tal? A professora tal me reprovou. Aqueles professores se especializaram em sofismo (fazer caô em grego). Eles eram criativos na manipulação dos alunos, pois conheciam desde o processo de extração de matéria prima alienante até o produto final do trabalho coercitivo, mas aqueles professores não eram livres. E por isso precisavam sempre remediar suas práticas com meta-aulas (neologismo), as que dão a ilusão de liberdade aos alunos:
falavam sobre o próprio trabalho, usavam textos relacionados à cultura universitária, discutiam o drama da avaliação, passavam filmes sobre trabalho e educação, escolhiam livros de título de apelo individual tais como: como educar em tempo de lesbianismo. Todas as promessas de esclarecimento, evolução intelectual através de pensamento crítico, fizeram os universitário gregos ficarem cada vez mais confusos e estimulados a trabalhar mais. Toda essa cultura acabou depois que o movimento estudantil se organizou e reduziu o preço da xerox de 9 para 8 centavos.
Ainda bem que isso só existiu antes de cristo, depois dele, tudo virou amor a Deus sobre todas as coisas.