Inteligência Epistêmica

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Convivendo na MATRIX...

domingo, 3 de outubro de 2010

David Hume - Tratado da Natureza Humana

Foi na cidade de Edimburgo no ano de 1711 na Escócia que nasceu David Hume. Por pertencer a aristocracia da época pode freqüentar o que era oferecido pelo melhor ensino da época. Estudos no famoso colégio de Edimburgo “um dos melhores da Escócia”. No período que compreende sua passagem pelo famoso colégio teve como professor de ciências naturais e física um discípulo de Isaac Newton. Para tornar-se homem de letras e filósofo célebre, que era sua grande inspiração Hume rompe seus estudos jurídicos e comerciais, o que provoca problemas com a família. Já estudando Filosofia passa muito tempo na França, notadamente em La Flèche, onde compõe, aos vinte e três anos, seu Tratado da Natureza Humana, editado em Londres, em (1739).

Porém para decepção do autor a obra não obteve o sucesso ou melhor a acolhida desejada, em contrapartida seu trabalho intitulado Ensaios Morais e Políticos (1742) foram muito bem acolhidos pela imprensa da época. Por entender que parte do insucesso de sua primeira obra foi a linguagem empregada Hume passa a esforça-se para simplificar e vulgarizar a filosofia de seu tratado e publica então os Ensaios Filosóficos sobre o Entendimento Humano (1748), cujo título definitivo surgirá em edição seguinte (1758): Investigação (Inquiry) sobre o Entendimento Humano. Hume viu ainda seu desejo de tornar-se professor universitário recusado, pois muito cristãos não deixaram de ficar inquietos com a última obra citada, embora esta tenha alcançado grande sucesso. David Hume fez uma grande carreira foi diplomata, secretário da Embaixada de Paris e ainda Secretário de Estado em Londres, com o passar do tempo tornou-se um celebre filósofos. Fato marcante e muito comentado foi a visita feita a Hume por Rosseau na Inglaterra no ano de (1766), fato peculiar foi a grande receptividade demonstrada por ambos e a grande indisposição que veio a seguir. Dentre suas obras constam. Uma Investigação sobre os Princípios Morais (1751), uma volumosa História da Inglaterra (1754-1759) e uma História Natural da Religião (1757). Somente após sua morte (1776) é que foram publicados, em (1779), seus Diálogos sobre a Religião Natural.

O Ceticismo de Hume

O empirismo de Hume surge então como um ceticismo; seu propósito inicial era encontrar argumentos válidos, plausíveis para explicar psicologicamente a crença no princípio de causalidade é recusar todo valor a esse princípio.

“De fato, não existe, na idéia de causalidade, senão o peso do meu hábito e da minha expectativa. Espero invencivelmente a ebulição da água que coloquei no fogo. Mas essa expectativa não tem fundamento racional. Em suma, poderia ocorrer - sem contradição - que essa água aquecida se transformasse em gelo! "Qualquer coisa, diz Hume, pode produzir qualquer coisa”. Hume afirma ainda que o princípio de causalidade, inteiramente explicado por uma ilusão psicológica, não tem o menor valor de verdade.

Hegel considera o ceticismo de Hume absoluto. Hegel esclarece seu ponto de vista ao esboçar que o ceticismo antigo duvidara “sobretudo dos sentidos para preparar a conversão do espírito ao mundo das verdades eternas, opõe-se um ceticismo moderno - de que Hume seria o corifeu - que nega apenas as afirmações da metafísica e fundamenta, solidamente, as verdades da ciência experimental. Na realidade, o ceticismo de Hume, ao abolir o princípio de causalidade, lança a suspeita em toda ciência experimental”. Hegel prossegue afirmando que Hume tem seus méritos por em todos os princípios do conhecimento descobrir as ilusões da imaginação e do hábito. Segundo Hume, é também a imaginação que identifica o eu com o que ele possui ou, como dizemos, o ser e o ter. Em última instância, eu tenho reputação e mesmo lembranças, idéias e sonhos do mesmo modo que tenho esta roupa ou esta casa. É simplesmente a imaginação, hábil em mascarar a descontinuidade de todas as coisas, que facilmente desliza de um estado psíquico a outro e constrói o mito da personalidade, coleção de haveres heteróclitos que é dado como um ser. Pois, ou eu sou meus "estados" e minhas "qualidades" e não sou eu mesmo, ou então sou eu mesmo e nada mais. David Hume reconhece eu por mais absoluto que seja sua tese “ceticismo” não deixa de possuir um caracter artificial. Podemos terminar concluindo que conforme o empirismo, todas as nossas idéias são provenientes de nossas percepções sensoriais.

O Método de Hume

Sua filosofia coloca, sob o nome de "impressões", aquilo que Bergson mais tarde denominará os dados imediatos da consciência e que os fenomenologistas denominarão a intuição originária ou o vivido. Ao falar de fenomenologia contemporânea, Gaton Berger escrevia: "É preciso ir dos conceitos vazios, pelos quais uma idéia é apenas visada, à intuição direta e concreta da idéia, exatamente como Hume nos ensina a retornar das idéias para as impressões". Para Hume, ir da idéia à impressão consiste em apenas perguntar qual é o conteúdo da consciência que se oculta sob as palavras. Fala-se de substância, de princípios, de causas e efeitos etc.

Que existe verdadeiramente no pensamento quando se discorre sobre isso?
As quais impressões vividas correspondem todas essas palavras?
Aquilo que Hume chama de impressão e que ele caracteriza pelos termos "vividness", "liveliness" é o pensamento atual, vivo, que se precisa redescobrir sob as palavras no empirismo de Hume, diz Limongi, há que ver "antes o ódio ao verbalismo do que o preconceito do sensualismo. p22”.

As principais premissas do empirismo podem ser assim definidas:

A razão não possui patrimônio apriorístico.

A consciência cognoscente não retira seus conteúdos da razão, mas exclusivamente da experiência.

A única fonte do conhecimento humano é a experiência.

BIBLIOGRAFIA
Lalande, André. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
Mondin, Battista. Curso de Filosofia. 6 edição, V. 3.São Paulo: Paulus, 1983.
Mondin, Battista. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1980.
Ramos, César Augusto. Revista de Filosofia. Editora da Universidade Federal do Paraná, 2000.
Hume, David. Uma Investigação sobre os Princípios Morais. São Paulo: Martins Fontes,2000.
Limongi, Maria Isabel. Revista de Filosofia. Editora da Universidade Federal do Paraná, 2000.
Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. Editora ática. São Paulo,1999.
Volpe, Neusa, Anna Maria. Existencialismo: Uma reflexão antropologia e política a partir de Heidegger e Sartre. Editora Juruá. Curitiba, 2000.
Abbagnano, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
Limongi, Maria Isabel. Revista de Filosofia UFPR-2000.
Ramos, César Augusto. Revista de Filosofia UFPR 1981.

Palestra sobre David Hume e o problema do nexo de causalidade. Este é o primeiros dez minutos de uma palestra que durou cerca de uma hora. O restante da palestra pode ser ouvida neste endereço: http://journalism.winchester.ac.uk - onde há também extensa anotações e referências. Hume foi o último anúncio maior dos empiristas e ele é rotineiramente descritos como o filósofo mais importante que as ilhas britânicas já produziu. Sua obra é de importância vital para o dia - dia de jornalistas porque lida com o que pode ser beieved e é um alerta contundente contra o problema da inferência falsa - uma comum e grave erro produzido pelos jornalistas.

Nota do blog; No link abaixo encontra-se o arquivo em .PPT - O BRASIL E OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI, autor: Luiz Almeida Marins Filho Ph.D.
University Anthropos
http://www.4shared.com/document/NffjW1xw/ANTHROPOS.html

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