Inteligência Epistêmica

Inteligência Epistêmica
Convivendo na MATRIX...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O que é Metafísica? - Richard Taylor

Metafísica é uma palavra originária do Grego ( μετα [meta] = depois de/além de e Φυσις [physis] = natureza ou físico). É um ramo da filosofia que estuda o mundo como ele é. A saber, é o estudo do ser ou da realidade.

É costume dizer-se que cada um tem sua Filosofia e até que todos os homens têm opiniões metafísicas. Nada poderia ser mais tolo. É verdade que todos os homens têm opiniões, e que algumas delas - tais como as opiniões sobre religião, moral e o significado da vida - confinam com a Filosofia e a Metafísica, mas raros são os homens que possuem qualquer concepção de Filosofia e ainda menos os que têm qualquer noção de Metafísica.

William James definiu algures a Metafísica como "apenas um esforço extraordinariamente obstinado para pensar com clareza". Não são muitas as pessoas que assim pensam, exceto quando seus interesses práticos estão envolvidos. Não têm necessidade de assim pensar e, daí, não sentem qualquer propensão para o fazer. Excetuando algumas raras almas meditativas, os homens percorrem a vida aceitando como axiomas, simplesmente, aquelas questões da existência, propósito e significado que aos metafísicos parecem sumamente intrigantes. O que sobretudo exige a atenção de todas as criaturas, e de todos os homens, é a necessidade de sobreviver e, uma vez que isso fique razoavelmente assegurado, a necessidade de existir com toda a segurança possível. Todo pensamento começa aí, e a sua maior parte cessa aí. Sentimo-nos mais à vontade para pensar como fazer isto ou aquilo. Por isso a engenharia, a política e a indústria são muito naturais aos homens. Mas a Metafísica não se interessa, de modo algum, pelos "comos" da vida e sim apenas pelos "porquês", pelas questões que é perfeitamente fácil jamais formular durante uma vida inteira.

Pensar metafisicamente é pensar, sem arbitrariedade nem dogmatismo, nos mais básicos problemas da existência. Os problemas são básicos no sentido de que são fundamentais, de que muita coisa depende deles. A religião, por exemplo, não é Metafísica; e, entretanto, se a teoria metafísica do materialismo fosse verdadeira, e assim fosse um fato que os homens não têm alma, então grande parte da religião soçobraria diante desse fato. Também a Filosofia Moral não é Metafísica e, entretanto, se a teoria metafísica do determinismo, ou se a teoria do fatalismo fossem verdadeiras, então muitos dos nossos pressupostos tradicionais seriam refutados por essas verdades. Similarmente, a Lógica não é Metafísica e, entretanto, se se apurasse que, em virtude da natureza do tempo, algumas asserções não são verdadeiras nem falsas, isso acarretaria sérias implicações para a Lógica tradicional.

Isto sugere, contrariamente ao que em geral se supõe, que a Metafísica vê um alicerce da Filosofia e não o seu coroamento. Se for longamente exercido. o pensamento filosófico tende a resolver-se em problemas metafísicos básicos. Por isso o pensamento metafísico é difícil. Com efeito, seria provavelmente válido afirmar que o fruto do pensamento metafísico não é o conhecimento, mas o entendimento. As interrogações metafísicas têm respostas e, entre as várias respostas concorrentes, nem todas poderão ser verdadeiras, por certo. Se um homem enuncia uma teoria de materialismo e um outro a nega, então um desses homens está errado; e o mesmo acontece a todas as outras teorias metafísicas. Contudo, só muito raramente é possível provar e conhecer qual das teorias é a verdadeira. 0 entendimento, porém - e, por vezes, uma profundidade muito considerável do mesmo resulta de vermos as persistentes dificuldades em opiniões que freqüentemente parecem, em outras bases, ser muito obviamente verdadeiras. É por essa razão que um homem pode ser um sábio metafísico sem que, não obstante, sustente suas opiniões e juízos em conceitos metafísicos. Tal homem pode ver tudo o que um dogmático metafísico vê, e pode entender todas as razões para afirmar o que outro homem afirma com tamanha confiança. Mas, ao invés do outro, também vê algumas razões para duvidar e, assim, ele é, como Sócrates, o mais sábio, mesmo em sua profissão de ignorância. Advirta-se o leitor, neste particular, de que quando ouvir um filósofo proclamar qualquer opinião metafísica com grande confiança, ou o ouvir afirmar que determinada coisa, em Metafísica, é óbvia, ou que algum problema metafísico gravita apenas em torno de confusões de conceitos ou de significados de palavras, então poderá estar inteiramente certo de que esse homem está infinitamente distante do entendimento filosófico. Suas opiniões parecem isentas de dificuldades apenas porque ele se recusa obstinadamente a ver dificuldades.
Um problema metafísico é indispensável dos seus dados, pois são estes que, em primeiro lugar, dão origem ao problema. Ora o datum, ou dado, significa literalmente algo que nos é oferecido, posto à nossa disposição. Assim, tomamos como dado de um problema certas convicções elementares do senso comum que todos ou a maioria dos homens estão aptos a sustentar com alguma persuasão íntima, antes da reflexão filosófica, e teriam relutância em abandonar. Não são teorias filosóficas. pois estas são o produto da reflexão filosófica e, usualmente, resultam da tentativa de conciliar certos dados entre si. São, pelo contrário, pontos de partida para teorias, as coisas por onde se começa, visto que, para que se consiga alguma coisa, devemos começar por alguma coisa, e não se pode gastar o tempo todo apenas começando. Observou Aristóteles: "Procurar a prova de assuntos que já possuem evidência mais clara do que qualquer prova pode fornecer é confundir o melhor com o pior, o plausível com o implausível e o básico com o derivativo," (Física, Livro VIII, Cap. 3). Exemplos de dados metafísicos são as crenças que todos os homens possuem, independentemente da Filosofia, de que existem, de que tem um corpo, de que lhes cabe algumas vezes uma opção entre cursos alternativos de ação, de que por vezes deliberam sobre tais cursos, de que envelhecem e morrerão algum dia etc. Um problema metafísico surge quando se verifica que tais dados não parecem concordar entre si, que têm. aparentemente, implicações que não se revestem de coerência entre si. A tarefa, então, é encontrar alguma teoria adequada à remoção desses conflitos.

Talvez convenha observar que os dados, como os considero, não são coisas necessariamente verdadeiras nem evidentes em si mesmas. De fato, se o conflito entre certas convicções do senso comum não for tão-só aparente, mas real, então algumas dessas convicções estão fadadas a ser falsas, embora possam, não obstante, ser tidas na conta de dados até que sua falsidade se descubra. É isso o que torna excitante, por vezes, a Metafísica; nomeadamente o fato de sermos coagidos, algumas vezes, a abandonar certas opiniões que sempre havíamos considerado óbvias. Contudo, a Metafísica tem de começar por alguma coisa e, como não pode começar, obviamente, pelas coisas que já estão provadas, deve começar pelas coisas em que as pessoas acreditam; e a confiança com que uma pessoa sustenta suas teorias metafísicas não pode ser maior do que a confiança que deposita nos dados em que aquelas repousam.

Ora, o intelecto do homem não é tão forte quanto a sua vontade, e os homens, geralmente, acreditam no que querem acreditar, particularmente quando essas crenças refletem o mérito próprio entre os homens e o valor de seus esforços. Asabedoria não é, pois, o que os homens buscam em primeiro lugar. Procuram, outrossim, uma justificação para aquilo em que crêem seja o que for. Não surpreende, portanto, que os principiantes em Filosofia, e mesmo os que já não são principiantes, tenham uma acentuada inclinação para se apegarem a alguma teoria que os atrai, em face de dados conflitantes, e neguem por vezes a veracidade dos dados, apenas por aquela razão. Tal atitude dificilmente se pode considerar propícia à sabedoria. Assim, não é incomum encontrarmos pessoas que, dizem elas, querem ardentemente acreditar na teoria do determinismo e que, partindo desse desejo, negam, simplesmente, a verdade de quaisquer dados que com ela colidam. Os dados, por outras palavras, são meramente ajustados à teoria, em vez da teoria aos dados. Mas deve-se insistir ainda que é pelos dados, c não pela teoria, que se terá de começar; pois se não partirmos de pressupostos razoavelmente plausíveis, onde irmos obter a teoria, diferente de se esposar apenas aquilo que os nossos corações desejam'? Mais cedo ou mais tarde poderemos ter de abandonar alguns dos dados do nosso senso comum, mas, ao fazê-lo, será em consideração a certas outras crenças do senso comum que relutamos ainda mais em abandonar e não em deferência pelas teorias filosóficas que nos atraem.

0 leitor é exortado. portanto, ao acompanhar os pensamentos que se seguem, a suspender os seus juízos sobre as verdades finais das coisas, uma vez que, provavelmente, nem ele nem qualquer outra pessoa sabe quais são essas verdades, e a contentar-se com a apreciação dos problemas da Metafísica. este é o primeiro e sempre o mais difícil passo. 0 resto da verdade, se alguma vez tiver a boa fortuna de receber uma parte dela, chegar-lhe-á do seu próprio íntimo, se acaso chegar, e não da leitura de livros.

0 ensaio que se segue constitui uma introdução - literalmente, um "encaminhamento à" Metafísica. Não é uma análise das concepções predominantes, e o leitor buscará em vão os nomes dos grandes pensadores ou o resumo das opiniões que eles defenderam. Os problemas metafísicos vão sendo trazidos à tona, e o leitor é simplesmente convidado a pensar neles de acordo com as diretrizes sugeridas. É por essa razão que, ao desenvolver os problemas mais estreitamente associados com o eu ou pessoa e seus poderes, particularmente nos primeiros três capítulos, a estilisticamente discutível primeira pessoa do singular, "Eu'', é empregada com freqüência, à maneira das Meditações de Descartes. 0 leitor compreenderá que as idéias dessa forma apresentadas têm por intuito significar as suas próprias e não quaisquer reflexões autobiográficas do autor.
In Taylor, R. (1969): Metafísica, Rio de Janeiro: Zahar, pgs. 13-17.

Questões como, quem sou? De onde vim? Para onde vou? Para que e porque existo? São feitas desde que o homem se entende por homem, e já tiveram as mais variadas respostas, e até foram proibidas de serem feitas. O estudo e reflexões sobre estas questões e outras relacionadas a cosmogonia, a cosmologia e ao surgimento da vida no universo, são da alçada da metafísica.

Antes de qualquer texto propriamente dito, devemos entrar em consenso, ou seja, ter certeza que estaremos falando a mesma língua, então vamos a definição e etimologia do termo metafísica.
Este termo foi criado por Andronico de Rodes, principal organizador da obra de Aristóteles, por volta de 50 a.C., como título dado a um conjunto de textos aristotélicos – ta metà ta physiká – que seguiam ao tratado da física, significando literalmente “após a física” (os livros que ele por um motivo qualquer os colocou após os livros de física de Aristóteles), e passando a significar depois devido a sua temática, “aquilo que está alem da física (da matéria, do material), que a transcende”.” Fonte: Dicionário Básico de Filosofia; H. Japiassú & D. Marcondes.
Hoje é Metafísica não é mais foco de investigação dentro da filosofia, simplesmente porque esta ultima se tornou uma ciência, e para a ciência aquilo que não pode ser experimentado, ou seja, comprovado através da sensibilização de um ou mais dos nossos sentidos, como ou sem o uso de equipamentos, não tem valor científico, então a filosofia colocou esta maravilha do pensamento humano no campo da história da filosofia.
Um dos pontos da máxima “Conheça a ti mesmo!” é a busca de quem sou; Quem somos nós? Temos as opiniões dos materialistas, dos espiritualistas, dos evangelistas, dos cientistas nas diversas especialidades, tem até quem não tenha opinião alguma, mas todas elas tem algo em comum, são “pontos de vista”, o que da valia às tão inspiradas palavras de Saulo : “Hoje vemos em partes, mas então veremos face a face.” Por mais que busquemos o cerne da questão, o que temos são partes dispersas e muitas vezes contraditórias, então vamos tentar montar este quebra cabeça que nos leva as nossas origens. Pronto, estamos diante da nossa primeira contradição, origem, gênese, não é contraditório a eterno?

Como algo que é eterno pode ter uma origem? Como é possível a gênese dentro da eternidade?

Richard Taylor artista mental, es el primer mentalista e hipnotizador de Colombia

Ausência do Ego - Ken Wilber


Justamente porque o ego, a alma e o Eu (Self) podem estar presentes ao mesmo tempo, nãoserá difícil entender o sentido verdadeiro de “ausência do ego”1 – expressão que tem causadoimensa confusão. Ausência do ego não significa a ausência de um eu (self) funcional (o que seria próprio de um psicótico e não de um sábio); significa que não estamos mais exclusivamente identificados com esse eu. Um dos muitos motivos de não sabermos lidar com a noção de “ausência do ego” é que desejamos que nossos “sábios sem ego” satisfaçam às nossas fantasias relativas a “santidade” ou “espiritualidade”, o que, habitualmente, significa que essas pessoas estejam mortas do pescoço para baixo, livres das vontades ou desejos da carne, eternamente sorridentes. Desejamos que esses santos não passem por todas as coisas que nos incomodam – dinheiro, comida, sexo, relacionamentos, desejos. “Sábios sem ego” estão “acima de tudo isso” – assim desejamos. Queremos cabeças que falem. Acreditamos que a religião bastará para livrá-los de todos os instintos básicos, de todas as formas de relacionamento, considerando religião, não como orientação para viver a vida com entusiasmo, mas, sim, como guia para evitá-la, reprimi-la, negá-la, fugir dela.

Em outras palavras, o homem típico espera que o sábio espiritual seja “menos que uma pessoa”, de alguma forma liberto dos impulsos confusos, difusos, complexos, pulsantes, compulsivos, que guiam a maior parte dos seres humanos. Esperamos que nossos sábios sejam a ausência de tudo o que nos impulsiona. Queremos que não sejam sequer tocados por todas as coisas que nos atemorizam, que nos confundem, que nos atormentam, que nos atordoam. É a essa ausência, a essa falta, a esse “menos que uma pessoa” que, frequentemente, chamamos “sem ego”. Entretanto, “sem ego” não significa “menos que uma pessoa”; significa “mais que uma pessoa”. Não pessoa menos, mas pessoa mais – isto é, todas as qualidades normais da pessoa mais algumas transpessoais. Pensemos nos grandes iogues, santos e sábios – de Moisés a Cristo, a Padmasambhava. Não foram desfibrados maneirosos, mas dinâmicos e instigantes – desde o episódio dos vendilhões do Templo até a imposição de novos rumos a nações inteiras. Lidaram com o mundo em seus próprios termos, não em termos de uma piedade melosa; muitos deles provocaram revoluções sociais significativas, que se estenderam por milhares de anos. E assim fizeram, não porque tivessem evitado as dimensões físicas, emocionais e mentais da humanidade, e o ego, que é o veículo de todas elas, mas porque as assumiram com tal garra e intensidade a ponto de sacudir as próprias fundações do mundo. Indiscutivelmente, estavam também intimamente ligados à alma (o psiquismo mais profundo) e ao espírito (o Eu informe) – fonte última de sua força – mas expressaram essa força e tiraram dela resultados concretos, exatamente porque assumiram, decididamente, as dimensões menores através das quais ela poderia expressar-se de modo a ser sentida por todas as pessoas.

Esses grandes mobilizadores e agentes de mudança não foram egos pequenos; foram, na mais completa acepção do termo, grandes egos, justamente porque o ego (veículo funcional do domínio da mente) pode existir, e de fato existe, junto com a alma (veículo do sutil) e com o Eu (veículo do causal). Na mesma medida em que esses grandes mestres mobilizaram o domínio da mente, eles mobilizaram o próprio ego, porque o ego é o veículo desse reino. Entretanto, não se identificavam meramente com seu ego (isso seria narcisismo); simplesmente perceberam seu ego conectado a uma fonte Kósmica2 radiante. Os grandes iogues, santos e sábios conseguiram tanto, exatamente porque não foram tímidos bajuladores, mas grandes egos ligados ao seu Eu superior, animados pelo puro Atman (o puro Eu-eu3) que é um com Brahman; abriram a boca e o mundo estremeceu, caiu de joelhos e pôde ver face a face o Deus radioso.

Este trecho de vídeo legendado é uma amostra do conteúdo e idéias de um autor que considero ser importantíssimo para a atualidade: Ken Wilber. Aqui ele fala sobre a relação entre ciência e espiritualidade. A tradução foi mais difícil. O que ele se refere a 3 vertentes ou alas da ciência, poderia talvez ser melhor traduzido como os três 'ramos' do conhecimento. Se alguém tiver dicas para melhorar a tradução, pode me enviar.
Santa Teresa não foi uma grande contemplativa? Sim, e Santa Teresa foi a única mulher que reformou uma tradição monástica inteira (pensemos nisso). Gautama Buda sacudiu a Índia nos seus fundamentos. Rumi, Plotino, Bodhidharma, Lady Tsogyal, Lao Tsé, Platão, o Baal Shem Tov – esses homens e mulheres deram início a revoluções no mundo que duraram centenas, às vezes milhares de anos – coisa que nem Marx, nem Lenin, nem Locke, nem Jefferson, poderiam afirmar ter conseguido. E não agiram assim porque estivessem mortos do pescoço para baixo. Não, eles eram fantasticamente, divinamente, grandes egos, ligados profundamente ao psíquico, que estava diretamente ligado a Deus. Existe certa verdade na noção de transcender o ego: não significa destruir o ego, mas, sim, conectá-lo a alguma coisa maior. Como afirma Nagarjuna4, no mundo relativo, atman5 é real; no absoluto nem atman nem anatman6 são reais. Assim, em nenhum caso annatta7 corresponde a uma descrição correta da realidade. O pequeno ego não se evapora; permanece como o centro funcional da atividade no domínio convencional. Como disse, perder esse ego significa tornar-se um psicótico, não um sábio.
“Transcender o ego”, significa, pois, em verdade, transcender mas incluir o ego num envolvimento mais profundo e mais elevado, primeiro na alma ou psiquismo mais profundo, depois na Testemunha ou Eu superior e, então, após a absorção nos níveis precedentes, envolver-se, incluir-se e abraçar-se na radiância do Sabor Único.8 E isso não significa, portanto, “livrar-se” do pequeno ego, mas, ao contrário, habitar nele plenamente, vivê-lo com entusiasmo, usá-lo como veículo necessário, através do qual as grandes verdades podem ser transmitidas. Alma e espírito incluem o corpo, as emoções e a mente; não os eliminam.
Grosseiramente, podemos dizer que o ego não é uma obstrução ao Espírito, mas uma radiosa manifestação do Espírito. Todas as Formas não são senão o Vazio, inclusive a forma do próprio ego. Não é necessário livrar-se do ego, mas, simplesmente, vivê-lo com certa intensidade. Quando a identificação transborda do ego no Kosmos em geral, o ego descobre que o Atman individual é, de fato, da mesma espécie de Brahman. O Eu superior não é, em verdade, um pequeno ego, e, assim, no caso de estarmos presos ao nosso pequeno ego, a morte e a transcendência são necessárias.

Os narcisistas são, simplesmente, pessoas cujos egos não são ainda suficientemente grandes para abraçar o Kosmos inteiro e, para compensar, tentam tornar-se o próprio centro do Kosmos.

Não queremos que nossos sábios tenham grandes egos; sequer desejamos que exibam qualquer característica evidente. Sempre que um sábio se mostra humano – a respeito de dinheiro, comida, sexo, relacionamentos – sentimo-nos chocados, porque estamos planejando fugir inteiramente da vida, e o sábio que vive a vida nos ofende. Queremos estar fora, queremos ascender, queremos escapar, e o sábio que assume a vida com prazer, vive-a totalmente, pega cada onda da vida e surfa-a até o fim – perturba-nos e assusta-nos intensamente, profundamente, porque significa que nós, também, deveríamos assumir a vida com prazer, em todos os níveis, e não simplesmente fugir dela numa nuvem etérea, luminosa. Não queremos que nossos sábios tenham corpo, ego, impulsos, vitalidade, sexo, dinheiro, relacionamentos ou vida, porque essas são coisas que habitualmente nos torturam e queremos vê-las longe de nós. Não queremos surfar as ondas da vida, queremos que as ondas desapareçam. Queremos uma espiritualidade feita de fumaça.

O sábio completo, o sábio não-dual está aqui para nos mostrar o contrário. Geralmente conhecidos como “tântricos”, esses sábios insistem em transcender a vida, vivendo-a. Insistem em procurar libertação no envolvimento, encontrando o nirvana no meio do samsara9, encontrando a liberação total pela completa imersão. Passam com consciência pelos nove círculos do inferno, certos de que em nenhum outro lugar encontrarão os nove círculos do céu. Nada lhes é estranho porque nada existe que não seja Sabor Único.

Na verdade, o segredo consiste em estar inteiramente à vontade no corpo com seus desejos, na mente com suas ideias, no espírito com sua luz. Assumi-los inteiramente, plenamente, simultaneamente, uma vez que todos são igualmente manifestações do Uno e do Sabor Único. Vivenciar a paixão e vê-la funcionar; penetrar nas ideias e acompanhar seu brilho; ser absorvido pelo Espírito e despertar para a glória que o tempo esqueceu-se de nomear. Corpo, mente e espírito, totalmente contidos, igualmente contidos, na consciência eterna que é a essência de todo o espetáculo.

Na quietude da noite, a Deusa sussurra. Na luminosidade do dia, o Deus amado brada. A vida pulsa, a mente imagina, as emoções ondulam, os pensamentos vagam. O que são todas essas coisas senão movimentos sem fim do Sabor Único, eternamente jogando com suas próprias manifestações, sussurrando mansamente a quem quiser ouvir: isto não é você mesmo? Quando o trovão ruge, você não ouve o seu Eu? Quando irrompe o raio, você não vê o seu Eu? Quando as nuvens deslizam mansamente no céu, não é o seu próprio Ser ilimitado que está acenando para você?

Glossário e notas do tradutor: Ari Raynsford
1 No original, egolessness.
2 Kósmica – de Kosmos. Wilber reapresenta essa palavra em seu livro Sex, Ecology, Spirituality com a seguinte observação: “Os Pitagóricos introduziram a palavra Kosmos que, normalmente, traduzimos como ‘cosmos’. Mas o significado original de Kosmos era a natureza de padrões ou de processos de todos os domínios da existência, da matéria para a matemática para o divino, e não simplesmente o universo físico, que é o significado usual das palavras ‘cosmos’ e ‘universo’ hoje... O Kosmos contém o cosmos (ou fisiosfera), bio (ou biosfera), noo (ou noosfera) e teo (teosfera ou domínio divino)...”
3 Sri Ramana Maharshi frequentemente refere-se ao Self pelo termo “Eu-eu”, uma vez que o Self é a autêntica Testemunha do eu.
4 Filósofo budista do Sec. II D.C., criador da Escola Madhyamika.
5 No Advaita Vedanta, atman é o princípio interior de todos os seres, idêntico a Brahman, o Ser Universal que se desdobra em infinitas individualidades, as quais aparecem e desaparecem no plano dos fenômenos (ou maya), sob o ciclo de samsara (reencarnações), que, por sua vez, é efeito do karma (ação e reação). A identidade Atman/Brahman é expressa nos Upanishads na famosa expressão Tat Tvam Asi – Vós sois Isso.
6 No Budismo, anatman é a negação de qualquer substrato último ou permanente no Universo.
7 A polaridade atman/anatman.
8 No original, One Taste – o estado de visão não-dual ou consciência da unidade.
9 O ciclo contínuo de nascimento e morte.

O Triangulo

Segundo Platão, toda a matéria elementar é composta de triângulos combinados. O três representa a solidez, estabilidade. Estabelece os princípios de harmonia e equilíbrio em um mundo dual.

Por isso, é usado pra representar o aspecto Divino, através da Trindade, presente em várias culturas:
Cristianismo: Pai, Filho e Espírito Santo
Hinduísmo: Brahma, Vishnu e Shiva (trimurti)
Egito: Ísis, Osíris e Hórus
Irlanda: Morrigan, Badb e Macha (facetas da Deusa da batalha)
Celtas: Virgem, Mãe e Anciã (Aspectos da Mãe Terra)
Espiritismo: Deus, princípio espiritual (Espírito) e princípio material (matéria)
Platão: Ser (modelo perfeito, original), devir (cópia do modelo) e receptáculo (espaço, lugar)
São necessários dois elementos duais (e, ainda assim, complementares) para produzir um terceiro.

Vida + Morte = Evolução
Bem + Mal = Discernimento
Pólo positivo + pólo negativo = Corrente elétrica
Homem + mulher = Vida
Luz + Trevas = Conhecimento

Prestando atenção, quase sempre um desses componentes é visto como ruim (negativo), enquanto o outro é bom (desejável). O ser humano não escapou dessa visão distorcida da realidade, herança do zoroastrismo, que separava o bem do mal, o claro do escuro. O Zen budismo e o Taoísmo nos mostram visões complementares, como o Yin que é oposto mas complementar ao Yang. O binário vida e morte compõem um ciclo evolutivo em que o homem vive os dois tipos de experiências, a do plano físico e as do mundo espiritual, os quais proporcionam a dinâmica que favorece a evolução.
No hebraico, o plural das palavras no masculino terminam em im, e nome utilizado para Deus (Elo-him) pode ser um sinal dessa trindade. As palavras de abertura do Gênesis dizem: "Bereshit bará Elo-him" (No princípio Deus criou); Elo-him é plural, mas bará (criou) é singular. Unidade na diversidade. Multiplicidade resultando numa só força Criadora. Por isso Deus não pode ser descrito como algo. Usemos uma analogia: seria como dizer que o ar que respiramos é composto tão somente pelo elemento AR, ignorando toda a complexidade das cadeias de átomos, partículas agregadas e outras variáveis. Seria tomar o resultado pela causa. Existe o ar na ionosfera, mas também existe o ar nas cavernas. Tecnicamente não é o mesmo, mas também NÃO deixa de ser o mesmo. Não há separação entre o ar, apenas adaptação, num imenso degradê. Por isso não podemos dizer que seu Deus é melhor que o meu Deus, pois são manifestações do Todo, que é Deus, adequadas a uma determinada época / povo / mentalidade.

Estrela de David

Vishnu

Maguen David
O selo de Salomão, que no judaísmo é conhecido como Maguen David (Escudo de David, em hebraico) é composto por dois triângulos: Um com seu vértice para cima, e o outro com o vértice para baixo. Sua origem - e isso quase ninguém sabe - remonta a Índia, onde tem o nome de Signo de Vishnu, que é o deus mantenedor na trindade Hindu. Era utilizado como amuleto contra o mal, e esse significado se perpetuou, como atestam os nomes "selo" e "escudo" do Hebraico. No Kabbalah (ou na Cabalá, como queiram) vemos que os dois triângulos representam as dicotomias inerentes ao homem: o bem e o mal, o espiritual e o físico. É mais um aspecto do positivo/negativo que se unem, como no símbolo do Yin/Yang. O Maguen David também significa a Onipresença de Deus. Suas seis pontas correspondem às direções do microcosmo: norte, sul, leste, oeste, o céu e a terra.
Esquema grego do homem como microcosmo, desenho de Cornelius Agrippa

O pentagrama data do período de 3.500 aC, na Mesopotâmia, e era usado como um símbolo do poder Real, que se estendia pelos quatro cantos do mundo. Entre os hebreus o símbolo estava relacionado com a Verdade e representava o Pentateuco. O mais interessante é que o pentagrama foi usado como um amuleto contra o mal, e a própria Igreja Católica (na figura do seu fundador, Constantino) utilizou-se dele para simbolizar as 5 chagas de Jesus, na Idade Média. Já o Pentagrama invertido representa a queda do homem, e por isso é muito utilizado no SatanYsmo.
Desenho de Da Vinci com os signos sobrepostos

O Pentagrama representa o microcosmo (aspecto humano) e o Selo de Salomão o macrocosmo (aspecto Divino). Leonardo Da Vinci sabiamente interpenetrou estes signos dentro do homem no seu desenho "Estudo de proporções". Obviamente os signos não estão desenhados, mas sugeridos apenas a quem os conhecessem, pois naquela época seria considerado uma heresia. Ele nos remete ao pensamento de Protágoras "o homem é a medida de todas as coisas" e ao "Sois Deuses" do Velho Testamento.

Referência:
Rui Vaz da Costa: A vida no planeta Terra;
Platão: Timeu e Crítias (A Atlântida);

Neste vídeo, busco despertar o interesse dos alunos, de uma maneira mais prazerosa, ao aprofundamento do conhecimento dos triângulos, apresentando os triângulos no dia-a-dia, definição e elementos do triângulo.

Física Quântica e Espiritualidade - Laércio B. Fonseca



O professor Laércio B. Fonseca, físico e especializado em astrofísica, acaba de concluir seu mais recente livro sobre ufologia: FÍSICA QUÂNTICA E ESPIRITUALIDADE. Essa obra contém uma análise extremamente científica dos fenômenos paranormais e espirituais. Utilizando as mais modernas teorias científicas da atualidade o professor desenvolve modelos, capaz de explicar com clareza esses fenômenos, bem como funcionam os mecanismos mediúnicos. Temos a certeza que esse livro trará para todos uma nova vertente de pesquisa e estudo bem como levando esses assuntos, pela primeira vez, a um status científico dessa natureza. O professor Laércio pretende demonstrar quantitativamente todas essas questões e abrir um campo, pela primeira vez, de se discutir espiritualidade dentro de parâmetros altamente técnicos e dentro de modelos científicos aceitáveis a toda ciência atual. Queremos inaugurar, com isso, uma nova fase da parapsicologia mundial que está sendo incorporada a ciência moderna. Essa Nova Ciência está fundamentada em uma corrente científica nos meios da física denominada NOVA FÍSICA. A Nova Física é uma vertente dentro da física atual que leva em consideração a consciência como parte integrante das teorias físicas, ou seja, é imprescindível que a vida, a consciência integre daqui para frente qualquer modelo científico para explicar qualquer fenômeno no universo.








terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Trabalho Espiritual com a MENTE Concreta - Trigueirinho

Pensar é uma atividade que, na maior parte da humanidade, fixa a mente em coisas concretas, externas e visíveis. Quando a pessoa ainda não aprendeu que pode controlar seu pensamento, este se torna desenfreado. E quanto mais desenfreado, mais a mente se fixa em coisas externas e concretas e mais difícil se torna concentrá-la em coisas abstratas, elevadas. Assim, a mente se distrai, se dispersa e se mantém voltada para o que os sentidos apresentam.

(...) Quem está consciente do próprio estado de dispersão e está em uma busca espiritual quer concentrar-se, porque só assim consegue centralizar a energia mental e direcioná-la para os níveis mais elevados da existência. Entretanto, para conseguir concentrar-se, não basta simplesmente querer, nem mesmo fazer exercícios sistemáticos. A concentração só ocorre de fato quando a pessoa renuncia àquilo que a atrai, agrada ou contenta e se volta prioritariamente para a busca espiritual.

No passado foram criados muitos exercícios de concentração adequados para a mente daqueles tempos. Mas em geral os que faziam os exercícios tinham uma vida organizada, harmoniosa, sadia e disciplinada. Não é o caso da maioria das pessoas de hoje. Atualmente, nossa civilização estimula o consumismo e uma forma de vida desordenada, comandada pelos desejos. Se alguém fizer hoje os exercícios de concentração criados no passado e viver como a maioria vive em nossos dias, cedendo aos apelos dos desejos, não conseguirá se concentrar porque lhe faltará certo ascetismo em sua vida diária, imprescindível para a concentração.

Além disso, com o passar dos tempos, a consciência e a mente humanas se desenvolveram e os vários níveis de consciência na mente se aproximaram. Portanto, os antigos exercícios de concentração não são mais adequados à mente atual. Quando se pratica o ascetismo, ou seja, quando se renuncia a tudo o que dispersa, quando se repele tudo o que não leva aos níveis espirituais, quando se controlam os próprios impulsos no dia-a-dia, a concentração pode finalmente ocorrer. (...)

A MENTE PSÍQUICA

(...) A maioria das pessoas chega a perceber a parte psíquica da mente, mas não a desenvolve. Como a humildade e a obediência não são virtudes habituais na vida comum, é difícil encontrar alguém que viva conforme as indicações superiores acolhidas por essa parte da mente. Dessa forma, a mente psíquica se atrofia, ou não se desenvolve, no melhor dos casos.


Muitos ficam mais de uma encarnação diante do limiar do desenvolvimento da mente psíquica: percebem algo superior, mas não se rendem aos seus ditames. Vivem tudo o que no fundo já não gostariam de viver. Vêem que estão perto do que realmente querem, mas não sabem como alcançá-lo.
Sem obediência e humildade, ninguém ultrapassa esse limiar. Obediência quer dizer seguir o caminho indicado pelos níveis superiores do próprio ser. Se alguém identifica a sedução de alguma força antagônica ao crescimento e cede a essa força, está desobedecendo ao chamado superior. Também é considerado desobediência não realizar aquilo que já se sabe ser o correto.

Humildade é saber que, apesar dos passos dados, há tanto caminho a percorrer que proporcionalmente o trecho já trilhado nada representa. Quando o indivíduo cultiva em si mesmo a obediência e a humildade e responde aos impulsos superiores, desenvolve a mente psíquica de forma natural, sem necessidade de realizar nenhum esforço ou exercício. (...)

DA MENTE MATERIAL PARA A ESPIRITUAL

À medida que o indivíduo utiliza a mente concreta, a intelectual e a psíquica como instrumento e não mais se subordina a elas, esses três lados da mente começam a se unir, a se harmonizar e se fundem em um pequeno núcleo com as melhores vibrações de cada um. Assim o lado material da mente vai ficando mais receptivo aos impulsos superiores. Ao se processar essa união na mente, as características do seu lado material vão-se atenuando. As vozes da crítica, da discriminação, dos julgamentos, dos preconceitos, das preocupações, dos raciocínios vão-se calando. Quando a mente já está num relativo silêncio e mais ou menos limpa de negatividade é que o individuo sente o impulso para mergulhar naquela parte dela que não conhece ainda, mas sabe que existe.

Aos poucos a mente descobre os seus limites e reconhece a existência de um núcleo mais profundo, que começa a atrair a consciência. Até aqui a mente soube dessa existência teoricamente. Mas agora começa de fato a perceber que existe algo maior vivendo em seu interior.

Essa parte da mente que começa a perceber um núcleo mais profundo dentro de si mesma e que diz: “Sei que aquilo sou eu” é a mente espiritual ou o lado espiritual da mente.

O LADO ESPIRITUAL DA MENTE

O lado espiritual da mente começa a emergir quando o silêncio vai-se instalando no lado material. Percebe-se então que o lado espiritual da mente - ainda desconhecido - se relaciona com a natureza, objetos, animais, pessoas, conceitos, com o mundo enfim, de forma bem diferente da forma de se relacionar do lado material. A pessoa fica então bastante interessada e, em alguns casos, até mesmo desesperada para se relacionar com as coisas daquela maneira nova, apesar de ainda não saber como. É uma crise muito positiva, que não deve ser abafada, pois leva a grande expansão. Para superá-la, é necessário ter fé e cultivar ainda mais o silêncio. Nessa etapa a pratica de retiros periódicos pode ser de grande ajuda. (...)

A MENTE ABSTRATA
(...) Além dos níveis superiores de cada ser, existem Hierarquias e naves-laboratórios que realizam a cura de corpos emocionais ou de aspectos deles. Esse material já curado pode ser incorporado ao corpo mental, pois na próxima etapa da evolução humana os corpos mental e emocional se fundirão em um só. (...)

O INTELECTO SUPERIOR
(...) é preciso que os servidores, as pessoas de boa vontade que se dispõem a ajudar o próximo, descubram como entrar nesse serviço superior. Para isso é necessário que não se envolvam com o que é supérfluo, não essencial, com o que os desvia da meta, com o que não é coerente com o seu propósito. A Terra também deverá entrar em serviço. Precisa tornar-se um planeta sagrado assim abrir espaço no Universo para que planetas ainda em formação comecem a sua vida planetária. Os seres humanos, por sua vez, devem evoluir de embriões de gente para gente de verdade. E vão consegui-lo somente quando trilharem o caminho do desenvolvimento mental. (...)

A descoberta do potencial oculto da mente humana começa com a pacificação da mente concreta, impulsionada pela opção por uma vida equilibrada harmoniosa. A mente intelectual é desenvolvida por meio da aspiração, que gradualmente transforma as células cerebrais. Surge então a mente psíquica, que, por sua vez, é desenvolvida pela humilde obediência aos impulsos que os níveis superiores transmitem à mente intelectual. A certa altura, os três núcleos da mente material se fundem e vão-se aquietando mais e mais.

(...) Se a pessoa acolher a crise da mudança com fé e silêncio, é a vez de a mente abstrata sair do estado de latência. Essa mente começa a captar pensamentos superiores, que não se originam do raciocínio da mente concreta. Ao seguir as indicações desses pensamentos e ao se dedicar ao serviço altruísta, a pessoa desenvolve o intelecto superior e seu ser é atraído à aura de uma Hierarquia. Ela passa a atuar como um prolongamento dessa Hierarquia e seu serviço ao Plano Evolutivo se consolida, atingindo esferas cada vez mais amplas. (...)

A PONTE ENTRE A MENTE E O CORAÇÃO

(...) Outra forma de nos abrirmos, também a partir do trabalho com os sentimentos é acolher sem conflito um dos primeiros impulsos dados pela Hierarquia a quem se propõe evoluir: a dissolução dos laços com a matéria. Se percebermos esse estímulo, poderemos colaborar evitando a criação de novos laços. Dessa forma, estaremos simplificando o nosso destino. Quando começam a florescer sentimentos como desapego, auto-esquecimento e serenidade ou ausência de conflitos psicológicos, quando passamos a dar mais importância ao plano Evolutivo e às necessidades que se apresentam do que à nossa pessoa, é sinal que a Hierarquia já está trabalhando conosco. Não é necessário que apareça para nós nem que sonhemos com Ela, pois o contato já está se processando.

Á medida que esse contato interno e silencioso com a Hierarquia se vai estabelecendo e transformando nossas vidas, cria-se um estado de equilíbrio em nosso ser e nós nos vemos de repente dentro do Amor, um Amor que não conhecíamos antes. Ao sentirmos e aprofundarmos esse Amor, a Hierarquia passa a contar conosco como um canal para seu trabalho.

Nossa forma de compreender o outro então se amplia, e toda a vida se expande, porque percebemos o quanto a humanidade, os animais, os vegetais e os minerais são necessitados desse Amor. E essa compreensão ampliada é outro sinal de que a Hierarquia está nos instruindo. (...)
(...) Esse processo se dá no coração, no nível cardíaco, não na cabeça. Quando a mente reconhece que algo profundo do qual ela não participa diretamente está em andamento, pode-se produzir nela certa aridez ou resistência. É preciso saber lidar com essa situação, pois o apoio da mente pode ajudar muito. (...)

A CONSTRUÇÃO DA PONTE

A mente comum não tem acesso à vida interna. O mental coletivo da humanidade hoje é um campo de atrito e de conflito, onde as forças involutivas estão soltas. A Hierarquia não pode descer a esse nível, pois a desarmonia dele é tão grande que sua luz o desintegrariam. Para que nossa mente possa apoiar o trabalho evolutivo é preciso cuidar dela. Caso contrario, haverá uma permanente cisão entre a mente que se rebelou, não compreendeu, não concordou e resolveu agir por conta própria e a Hierarquia, que trabalha nos níveis supramentais.

Uma forma de incluir a mente no processo de elevação espiritual que o coração já experimenta é o estudo de assuntos sagrados. Ler o ensinamento espiritual e refletir sobre ele, sistematizar o conhecimento transmitido pela Hierarquia, relacionar os conceitos de várias escolas de pensamento espiritual, identificando o que elas têm de comum e de mais elevado são praticas que podem auxiliar a mente a não se desviar do caminho e a não se tornar obstáculo para o crescimento espiritual.

Outra possibilidade de trabalho mental é a constante lembrança do Eu Espiritual que vive em nosso interior. Se, durante o dia, ao executarmos as tarefas concretas, nos lembrarmos e reverenciamos o nosso Eu Espiritual, começamos a estabelecer uma conexão com ele e nos abrimos para contatos ainda mais elevados. Podemos também nos lembrar com freqüência da Hierarquia interna da Terra e pensar que fará um trabalho sobre nós. A fim de manter a mente ocupada com esse assunto, podemos, entre outras coisas, ler sobre ele, ouvir palestras a respeito, orar, refletir sobre as qualidades de determinada Hierarquia que nos inspire devoção. Outro instrumento poderoso para manter presente a lembrança da Hierarquia em nossa consciência são os mantras.

O USO DE MANTRAS

As Hierarquias não têm nome algum na realidade onde estão. Mas algumas delas, por trabalharem no intimo das pessoas e saberem de todas as suas dificuldades, deixam-se até nominar para que a mente humana possa localizá-las e conectar-se á sua potente energia. Assim, enviam-nos um som material que pode ser pronunciado. E se a Hierarquia é para nós representada por um nome, não deveríamos hesitar em repeti-lo mentalmente, pois os nomes das Hierarquias são mântricos.

Quando mentalmente repetimos um mantra, isso abre um espaço na mente para energias de níveis mais elevados, mesmo que ela não saiba nada sobre isso. A mente precisa de ajuda e de compreensão, e podemos fazer uso dos nomes da Hierarquia como mantras para regenerá-la e concentrá-la em assuntos acima dela própria. Pronunciar o nome de uma Hierarquia ou pensar nele pode preencher o vazio da mente, curar a sua aridez e incompreensão. Mas os efeitos dessa pratica não ocorrem apenas na mente: o emocional e o etérico também recebem estímulos de cura, porque todas as partes do nosso ser vão se unindo com as transformações que os mantras provocam.

Há partes da mente que e rebelam contra esse processo interior e que duvida, mas deveríamos persistir sem nos preocupar com isso. As Hierarquias dévicas, as Hierarquias a serviço da raça e do Manu estão permeando de amor esses corpos para que eles possam fazer sua síntese. Teríamos apenas de manter a mente ocupada com assuntos que dizem respeito à realidade interna.

ANTUAK, MISHUK E VISNUK

Antuak, Mishuk e Visnuk são Hierarquias que autorizaram a humanidade a denominá-las. Essas Hierarquias estão muito coligadas com o nosso processo evolutivo, e podemos percebê-las dentro de nós, cada uma com sua energia específica.

Antuak nos confere outra qualidade de querer. Na sua presença, começamos a buscar coisas elevadas como nunca fizemos antes, de forma desconhecida. Esse querer pode ser muito poderoso e transmutar nosso querer antigo. Se nos dermos conta de sua energia, podemos entrar em dialogo consciente com Antuak e enviar-lhe uma oração de agradecimento.

A presença de Mishuk fica clara quando a qualidade da nossa aspiração se sutileza de tal maneira, que começamos a aspirar a coisas desconhecidas, abstratas e indefiníveis. Nossa aspiração vai se tornando completamente livre de forma, aspiramos a qualquer coisa que venha do alto.

E podemos considerar Visnuk presente quando a atitude de entrega aos níveis superiores se torna inabalável. Percebemos que estamos entregues de fato quando, mesmo nas situações em que a mente aponte a necessidade de cuidado, continuamos firmes na postura de não interferir com a personalidade. Isso é indicio do trabalho de Visnuk em nós.

A presença da Hierarquia é percebida com o cardíaco direito, plano em que todos esses sentimentos superiores podem se estabelecer. Ali se forma um tal núcleo de atração, de sabedoria, de percepção, que começa a atrair o núcleo cerebral e outros núcleos ainda mais elevados. Por isso dizemos figuradamente que o centro cardíaco está à direita do corpo. É uma forma de dizer que nosso coração já não é nosso, já está na Hierarquia, está um pouco fora do corpo, já se ligou com algo transcendente.

(...) A ponte que liga coração e mente é a mesma que nos liga ao infinito.(...)
A repetição mental ou pronúncia dos nomes das Hierarquias apresentados é por si uso um poderoso mantra. Mas há outros mantras já disponíveis, que incluem os nomes das Hierarquias mencionadas neste livro. Esses mantras estão em Irdin, pulsar essencial que dá origem a todos idiomas. Apresentamos aqui alguns deles como alternativa para o trabalho com a mente. Nunca é demais enfatizar que no trabalho com os mantras é fundamental uma atitude de reverência e ausência de expectativas.

ANTUAK SAITI
Sintonia com energias de transmutação. Abertura para o perdão, para a harmonia e para o equilíbrio interior.
ANTUAK SAITI
ANTUAK SAITI
ANTUAK SAITI

SAITI
SAITI
SAITI

ANTUAK SAITI
ANTUAK SAITI

ANTUMINA IKU SAGUA
ANTUMINA IKU SAGUA

ANTUAK SAITI IMU
ANTUAK SAITI IMU

SATUMINA NAIRU SAGUA
SATUMINA NAIRU SAGUA
SA SA SATUMINA
SA SA SATUMINA

ANTUAK SAITI
ANTUAK SAITI
ANTUAK SAITI
Pronúncia (a sílaba tônica é a sublinhada):
Antuac saiti/ Antuac saiti/ Antuac saiti/
saiti/ saiti/ saiti/ Antuac saiti/ Antuac saiti/
satumina icu sauá/ satumina icu sauá/
Antuac saiti imu/ Antuac saiti imu/
satumina nairu sauá/ satumina nairu sauá/
sa sa satumina/ sa sa satumina/
Antuac saiti/ Antuac saiti/ Antuac saiti


MISHUK
Chamado ao mundo interior e oferta de si.
MISHUK MISHUK MISHUK
SAITI NARUA IKU SAGUA
SAITI MANAI KIKI SAGUA
MISHUK MISHUK
SABANARA KIKI SHIKU
SAIBANARA KIKI SHIKU SAGUA
MISHUK
SAIBANA SHIRI KITUK
SAIBANA SHIRI KITUK
MISHUK MISHUK MISHUK
Pronúncia (a sílaba tônica é a sublinhada)
michuc michuc/ michuc /saiti naruá
icu sauá/saiti manai quiqui sauá/michuc
michuc/sabânara quiqui sicu/saibânara
Quiqui sicu sauá/michuc/ saibana siri
Quituc/saibana siri quituc/
michuc michuc/ michuc


VISNUK SAITI
Saudação e entrega. Reconhecimento da Hierarquia sacerdotal.
VISNUK SAITI
VISNUK
VISNUK SARUA ITI
VISNUK
SAITI VISNUK
VISNUK SARUA ITI
VISNUK
Pronúncia (a sílaba tônica é a sublinhada):
visnuc saiti/visnuc/visnuc saruá iti/
visnuc/ visnuc saiti/saiti visnuc/
visnuc saruá iti/visnuc


Manu – consciencia que gera o nascimento das Raças.

Veja tópicos do Glossário Esotérico:
- Antuak – postado dia 30/09/2006
- Irdin – postado dia 23/09/2006
- Hierarquia – postado dia 09/12/2006
- Mishuk – postado dia 14/04/2007
Trechos extraídos do livro: TRABALHO ESPIRITUAL COM A MENTE
Trigueirinho - páginas - 19, 20, 21, 28, 29, 31, 32, 35, 36, 41,42, 44 a 47, 53 a 57, 59, 60, 61, 63 a 65. Editora Pensamento - 2006
Maiores informações sobre livros e CDs de partilhas: Irdin Editora http://www.irdin.org.br/
Site oficial do Trigueirinho:
http://www.trigueirinho.org.br/
Comunidade Figueira:
http://www.comunidadefigueira.org.br
Fraternidade – Federação Humanitária Internacional:
http://www.fraterinternacional.org
Ordem Graça Misericórdia: http://www.ogmisericordia.org/
Lis Lysnel: http://lislysnel.org/wplis/
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