Inteligência Epistêmica

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Convivendo na MATRIX...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

George Ivanovich Gurdzhiev (Gurdjieff)

(1866-1949), foi um místico e mestre espiritual. nasceu na Armênia e morreu em Paris. Ensinou a filosofia do autoconhecimento profundo, através da lembrança de si, transmitindo a seus alunos, primeiro em São Petersburgo, depois em Paris, o que aprendera em suas viagens pela Rússia, Afeganistão e outros países, era uma figura enigmática e uma força influente no panorama dos novos ensinamentos religiosos e psicológicos, mais como um patriarca do que como um místico Cristão, era considerado, por aqueles que o conheceram, como um incomparável “despertador” de homens. Trouxe para o Ocidente um modelo de conhecimento esotérico e deixou atrás de si uma metodologia específica para o desenvolvimento da consciência.

O ensinamento de Gurdjieff foi transmitido de forma clara para o Ocidente por seu discípulo, Peter Ouspensky, a quem o Mestre permitiu que fossem tomadas notas de suas conferências em Moscou, São Petersburgo e outras cidades da Rússia. O fruto deste trabalho resultou no livro Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido - Em Busca do Milagroso, que traça de forma didática as principais lições do mestre greco-armênio, então residente na Rússia. Mesmo separado posteriormente de seu instrutor, P.D. Ouspensky jamais deixou de orientar-se pelas lições tomadas pelo Mestre, particularmente em seu próprio círculo em Londres onde desenvolvia o "trabalho". Após sofrer um grave acidente automobilístico em meados dos anos 30, Gurdjieff dedicou-se a escrever seus livros, dando origem à trilogia composta por Relatos de Belzebub a seu Neto, Encontros com Homens Notáveis e O Mundo só é Real quando eu Sou.

O segundo livro foi adaptado como um filme nos anos 80 por Peter Brooks - assessorado pela Sra. De Salzmann, sendo chamado, em inglês Meetings with Remarkable Men (em português, "Encontro com um Homem Notável". A princípio, pode-se dizer que Gurdjieff pretende investigar o que chama de "máquina humana" sob o ponto o de vista da totalidade de seus centros - o motor, o instintivo, o emocional e o intelectual - harmonizando os diversos aspectos do ser. Neste ponto, é fundamental desenvolver o "conhecimento de si", por meio da "observação de si", o que ajuda o homem a conhecer a si mesmo. Para tanto, Gurdjieff não se limita à palavra escrita, mas operava em seu "trabalho" com danças sagradas (trazidas de suas viagens pelo Oriente, em particular de seu contato com os "dervixes" de Istambul e de outros países) e a música (mais tarde, transformadas em composições com a ajuda de seu discípulo De Hartmann). O próprio Gurdjieff se auto-denominava um "instrutor de dança".

O sistema de Gurdjieff parte do pressuposto de que os homens estão dormindo, são máquinas ambulantes que não sabem o que fazem. Isto porque o que geralmente achamos que é o "eu" é, na realidade, um conjunto de "eus" que povoam nossa mente, por isso temos que controlá-los através dos "eus-de-trabalho" e assim evitar cair na imaginação que, segundo Gurdjieff, nos afasta da presença. O homem "desperto", aquele que tem consciência de si, é raro. Muitos pensam que têm consciência, porém sequer imaginam do que isso se trata. Sempre que indagado sobre a reencarnação, Gurdjieff desviava a conversa para outro foco. Um aforisma que sempre repetia era de que a "alma é um luxo". Em outras palavras, temos que conquistar níveis superiores do ser através de uma profunda busca pelo autoconhecimento e de uma contínua busca pelo equilíbrio das energias positiva e negativa da própria natureza. O homem dotado de consciência ou vontade é muito raro. Gurdjieff costumava lançar mão nestas ocasiões de uma alegoria oriental: a alegoria da carruagem. Nesta representação simbólica a carruagem é o corpo físico, os cavalos são os sentimentos, o cocheiro é a mente, e dentro da carruagem está o verdadeiro habitante, que é o EU Interior. No indivíduo comum estas partes estão dissociadas e muitas vezes o cocheiro não consegue empregar muito bem os arreios, conduzindo os cavalos. Além disto, o passageiro dentro da carruagem não consegue dar ordens ao cocheiro da direção a ser tomada, e deste modo a carruagem segue parcialmente descontrolada para um rumo que ninguém previu, terminando sempre, é claro, na morte (do passageiro). Outra representação usual de Gurdjieff era o dos diversos corpos do homem, que se assemelha e segue a tradição do oriente. Atingir a perfeita harmonia em cada nível constituía um processo de conquista (o corpo físico, o corpo causal, o corpo astral e o corpo mental). Além desses corpos, havia outros ainda mais sutis e aquele que atingisse a consciência do último seria infinito nos limites do universo, e uno com todas as coisas.
Todas as possibilidades do homem, para G.(como lhe chamavam os discípulos), estavam inscritas em um símbolo trazido do Oriente: O eneagrama. O eneagrama também poderia ser expresso como oitavas da escala musical (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si) e se importância se traduz na ideia do choque, um princípio universal. Entre os tons da escala convencional há semi-tons, entre os intervalos mi-fá e si-dó que que devem ser preenchidos por "choques externos", caso contrário o ciclo não se complementaria. No caso da máquina humana (dividida em três compartimentos: cabeça, parte intemediária (tronco) e membros) estes choques externos eram dados pelos alimentos, ou seja: o ar (tórax), o alimento (abdómen) e as impressões (cabeça/mente). Destes choques o mais importante era as impressões, daí o axioma: "para se fazer ouro, é preciso ouro".
O pensamento de G. englobava, antes de mais nada, uma profunda Cosmogonia que partia do "raio de criação". Este descendia do absoluto, passando pelos diversos mundos até atingir o planeta Terra. À medida que avançasse, os mundos eram sujeitos a maior número de leis e maiores eram as restrições à liberdade humana. Na Lua, que vem após a Terra, o número de leis seriam ainda maiores que em nosso planeta (que conta com 48 delas). Sujeitos que somos a tão grande número de leis, somos escravos, autômatos em nosso próprio "lar" terrestre. No absoluto, por outro lado, não há leis.

vídeo de dança - inspirado e realizado pela Equipe de Dança Sagrada da igreja em Palm Bay, Florida, sincronizados com a música "In Christ Alone", de Michael. O vídeo, gravado, editado e produzido em Melbourne. Flórida, foi o primeiro de dois vídeos apresentados na primeira Conferência da Mulher WOW anual de TRM em novembro de 2005.

De ascendência grega e armênia, ele nasceu em Alexandropol, perto da fronteira da Rússia com a Turquia. Desde o começo distinguiu-se dos outros meninos na escola por seu questionamento insaciável. Procurou orientação de pessoas mais velhas entre as inúmeras escolas da região. Leu vorazmente e, em tenra idade, deixou seu lar em busca de homens mais sábios ou irmandades que pudessem possuir chaves para o conhecimento que tinha se tornado uma necessidade para sua vida. Que tenha recebido instruções de mestres espirituais do Oriente não pode haver dúvida.
Durante vinte anos, até 1909, Gurdjieff esteve buscando e viajando, preparando-se adequadamente, dirigido e influenciado pelo que ele chama o Círculo Interior da Humanidade, os portadores do conhecimento que buscava. Durante esse tempo tomou consciência da tarefa que foi chamado a assumir: chamar a humanidade para um conhecimento do significado da vida sobre a Terra.

‘Desde criança tenho a sensação de que algo falta em mim. Sentia que existe outra vida além da vida comum. Uma vida que me chama. Mas como me abrir a ela? Esta pergunta não me deixa em paz e assim tornei-me um cão faminto, perseguindo uma resposta.’

‘Na véspera dos domingos e feriados, como nós, crianças, tínhamos o direito de não nos levantar cedo no dia seguinte, meu pai costumava contar-nos uma história, quer sobre os grandes povos da antiguidade, quer sobre homens notáveis, quer sobre Deus, sobre a natureza ou sobre toda espécie de maravilhas misteriosas. E terminava sempre por algum conto das Mil e Uma Noites.’

Pouco antes da Primeira Guerra Mundial, Gurdjieff estava de volta a São Petersburgo e Moscou, onde começou a reunir alunos à sua volta. Durante a Revolução, continuou seu trabalho; partiu para Essentuki, no Cáucaso, com um pequeno grupo de discípulos, que o seguiu depois até Tíflis e, em seguida, a Constantinopla, Berlim e Londres, o relato de alguns de seus alunos nesse período:
‘A Rússia de l9l7 estava dilacerada pela guerra e pela revolução. Gurdjieff era um desconhecido, um mistério. Ninguém conhecia suas origens, ou por que viera a Moscou. Mas quem entrasse em contato com ele, queria segui-lo. Foi o que meu marido fez, e eu também.’

‘Gurdjieff queria – e talvez essa fosse a sua mais alta vocação – despertar o homem comum para esse algo em si mesmo, de que ainda não tem consciência. Como o fazia, só podemos compreender através do seu trabalho.’

‘...só quando nos damos conta de que a vida não nos está levando a parte alguma é que ela começa a ter sentido.’

‘Já reconhecera então, como fato inegável, que, para além da fina película de falsa realidade, existia outra realidade de que, por alguma razão, algo nos separava.’

‘Ele nos pedia que nos lembrássemos sempre de que nosso objetivo era despertar e de que tínhamos ido até ele por essa única razão.’

Em 1922 Gurdjieff instala-se no Castelo de Prieuré-Avon, para estabelecer neste local, em larga escala, o seu Instituto Para o Desenvolvimento Harmonioso do Homem. No ano seguinte, em Paris, faz a primeira apresentação pública de seu ensinamento. Em seguida, faz outras em Nova York, Boston, Filadélfia e Chicago. Durante os dez anos seguintes escreve sua série de livros Do Todo e de Tudo, na qual nos transmite suas idéias e termina de compor, com a ajuda de Thomas de Hartmann, sua extensa obra musical, até hoje utilizada nos Grupos ao redor do mundo. Sobre a música dele, Hartmann escreve:

´A música de Gurdjieff é muito variada. A mais comovente é aquela que ele se lembra de ter ouvido, durante suas viagens na Ásia, em templos pouco conhecidos. Ouvindo essa música, somos tocados até o fundo do Ser.´

Depois, até o fim de sua vida, Gurdjieff voltou toda a sua atividade para um trabalho intensivo com seus alunos, notadamente os de Paris, durante a Segunda Guerra Mundial, e, em seguida, com todos os que tinham vindo do mundo inteiro encontrá-lo na França. Morreu em Paris no dia 29 de outubro de 1949.

Abaixo algumas frases relativas ao Ensinamento:

‘Junte a compreensão do Oriente e o saber do Ocidente – e, em seguida, busque.’

´É muito importante encontrar nossa verdadeira vocação na vida. Somente assim se pode realizar o próprio destino.´

´Gurdjieff não está mais entre nós, mas seu Trabalho conosco continua, enquanto não nos esquecermos de suas palavras: Lembrem-se do motivo por que vieram à Terra.’

‘Sei que não é fácil reconhecer que estamos ouvindo coisas novas. Estamos de tal maneira habituados às velhas cantigas, aos velhos refrões, que há muito deixamos de esperar, deixamos até de crer que possa existir alguma coisa nova.’

‘Não posso assegurar que, desde o início, encontrarão aqui idéias novas, isto é, idéias das quais nunca tenham ouvido falar. Mas, se tiverem paciência, não tardarão a notá-las, e desejo-lhes, então, que não as deixem escapar.’

‘Nossa idéia fundamental é a de que o homem, tal qual o conhecemos, não é um ser acabado.’

‘A evolução do homem significará o desenvolvimento de certas qualidades e características interiores que habitualmente permanecem embrionárias e que não podem se desenvolver por si mesmas.’

‘Devemos partir da idéia de que sem esforços a evolução é impossível e de que, sem ajuda, é igualmente impossível.’

‘No caminho da evolução o homem deve tornar-se um ser diferente... adquirir numerosas qualidades novas e poderes que antes não possuía.’

‘Um grupo é o começo de tudo. Um homem só não pode fazer nada, nada pode atingir. Um grupo realmente dirigido pode fazer muito. Tem pelo menos a oportunidade de chegar a resultados que um homem sozinho nunca seria capaz de obter.’’

Filmado em 1979 por Peter Brook. Um filme clássico espiritual de GI Gurdjieff lutas começando com sua infância até a descoberta do quarto caminho, uma antiga tradição espiritual que usou movimentos sagrados como a meditação. A história deste filme é baseado no livro Gudjieff com o mesmo título, que é o segundo livro de sua trilogia: "Todos e Tudo". Durante sua longa carreira, o diretor Peter Brook realizou uma ampla gama de experiências teatrais, levando o público e artistas bem além de sua experiência típica do teatro, em um esforço para alcançar não uma catarse temporária, mas transcendente, evento de transformação. Como o narrador do Mahabharata diz: "Se você ouvir atentamente, no final, você vai ser alguém." Este interesse pela transformação que tem caracterizado a última parte da carreira de Brook continua com esta adaptação da autobiografia do famoso místico Gurdjieff, que estrelas Dragan Maksimovic. Motivados por um sentimento de inabalável dedicação para desvendar o significado da existência humana, ele viaja por todas as áreas mais inacessíveis do Oriente, encontrando uma série de faquires hindus, monges budistas, dervixes rodopiantes, e gurus de todos os matizes. Em busca da iluminação, ele escala o Himalaia, atravessa o deserto em palafitas, e descobre indícios de uma antiga ordem, os guardas de uma sabedoria arcana. O mais fascinante, talvez, é a forma de dança que ele criou como uma forma de meditação e mais tarde ensinou no Ocidente. Um filme que pode ser melhor apreciado por quem já está familiarizado com o trabalho de Gurdjieff, Encontros com Homens Notáveis ​​características fotografia espetacular e um resultado altamente sugestivo, incorporando várias músicas indígenas.

Após a morte de Gurdjieff em 1949, o Trabalho se consolidou na Europa e nas Américas através de vários de seus alunos. Notadamente, destacou-se Madame de Salzmann, companheira mais próxima de Gurdjieff durante décadas, e que se tornou o principal elo de transmissão direta do Ensinamento.

Outro de seus alunos importantes foi Dr. Michel Conge, responsável pela condução de grupos em Paris, em Reins, em Clermond Ferrand e na famosa estância hidromineral de Vichy, na França.

Ele foi uma das pessoas das quais Gurdjieff cercou-se, no último período de sua vida, para passar seu ensinamento. Dizia Dr. Conge:

‘Os homens vivem confinados, incomodam-se uns aos outros, adormecidos e banhados por um ar viciado, rarefeito e pobre. Um ensinamento é como se bruscamente, do outro lado do teto, isto é, do lado livre onde sopra um ar puro e vivificante, alguém perfurasse uma entrada de ar para permitir-lhes enfim respirar.’

Algumas colocações de Madame de Salzmann:

‘Acima de tudo, você deve sentir a necessidade de conhecer a si mesmo. Você é algo extraordinário e não sabe. É preciso que reconheça que não sabe quem você é e que necessita sabê-lo. Essa abertura é o passo mais importante.’

‘Você precisa de um conhecimento que não é do tipo livresco. Depois a cabeça poderá ser informada por meio da leitura de livros, nos quais você reconhece as suas experiências. O que importa é a percepção direta.’

‘Você precisa ter uma conexão entre a cabeça e o corpo. Nenhum deles deveria ser mais forte do que o outro. Eles devem ter igual força. Então o sentimento surgirá.’

‘As idéias, a música e os Movimentos completam-se um ao outro no ensinamento de Gurdjieff. Um não está completo ou inteiro sem os outros dois.’

‘Morrer para o antigo eu é necessário para um novo nascimento.’

‘É importante trabalhar agora. Agora é a única possibilidade, não mais tarde. Para realizar essa possibilidade algo é exigido de você.’

‘Todo o trabalho é estar relacionado com a energia mais alta, e deixá-la passar através de mim, mesmo quando em movimento. Os Movimentos são uma ajuda para isso.’

‘Não é importante quanto uma pessoa vive, mas se ela desenvolve algo que pode dar significado para a vida. O que você quer na vida? Por que você está sobre a Terra?’

Os irmãos Paulo e Lauro Raful, então em sua juventude, entraram em contato com o Ensinamento, primeiramente na América Latina, e finalmente em Paris. Lá passaram a trabalhar com o médico Dr. Michel Conge, um aluno direto de Gurdjieff.

Os irmãos Raful ficaram sob orientação do Dr. Conge até seu falecimento em 1984, e foi com a autorização e o estímulo dele, que os dois fundaram, ainda na década de 60, o Grupo Gurdjieff em São Paulo.

A seguir algumas colocações de Paulo Raful sobre o trabalho interior:

‘O mestre espiritual pode ser considerado como alguém que já tem um certo percurso nesse caminho, e acumulou experiência suficiente para transmitir a outros o que ele vivenciou. [...] É simplesmente, de maneira bem concreta, alguém que tem uma experiência rica nesse tipo de busca, de inquietação.’

‘...toda a ciência dos Movimentos repousa em grande parte na ciência e na arte da descontração, do relaxamento.’

‘Caminho é uma emanação da Verdade, que pode expressar-se em latitudes e momentos históricos diferentes.’

‘O Caminho é um doce e suave perfume. O perfume de um outro mundo.’

‘O Caminho pode ser definido como a grande compreensão. [...] A idéia de compreensão implica encontrar a verdade das coisas.’

‘Há caminhos duros, caminhos mais ásperos, mas todos contêm, de alguma maneira, mesmo que os seus participantes não compreendam, uma dose importantíssima de amor.’

‘O Quarto Caminho, o ensinamento do Sr. Gurdjieff, tem como preocupação fundamental a compreensão de princípios. Visa, antes de tudo, compreender os princípios do universo, os princípios do ser humano, os princípios da vida.’

Link para arquivo digital:
http://www.4shared.com/document/zBlLu2eC/Gurdjieff.html

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